Cigarros aquecidos podem ser mais seguros mas continuam a ter riscos, dizem especialistas

Painel de especialistas britânicos concluiu que os cigarros aquecidos continuam a produzir compostos prejudiciais, alguns dos quais cancerígenos, apesar de serem mais seguros do que o tabaco convencional.

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Ao contrário dos cigarros normais, os aquecidos não são queimados Nelson Garrido

O tabaco aquecido é provavelmente mais seguro do que os cigarros convencionais, que são queimados, mas produz na mesma um número de compostos potencialmente prejudiciais, alguns dos quais são cancerígenos, afirmou nesta terça-feira um painel de especialistas britânicos.

A tabaqueira Philip Morris International liderou o caminho do desenvolvimento dos novos produtos de tabaco não aquecido. Enquanto os cigarros electrónicos utilizam um líquido de nicotina, os novos aparelhos aquecem a tabaco a uma temperatura suficiente para criar vapor sem queimarem o tabaco e produzir fumo.

O Comité de Toxicologia (COT, na sigla em inglês), que disponibiliza assessoria científica independente ao Governo britânico, é uma das primeiras organizações oficiais a estudar o perfil de risco do tabaco aquecido e não queimado.

O seu relatório para a agência do Governo para a saúde pública (PHE, na sigla em inglês) conclui que as pessoas que utilizam tais produtos estão expostas a entre 50% e 90% menos químicos prejudiciais do que os cigarros convencionais.

No entanto, não foi possível quantificar o risco com precisão comparativamente aos chamados cigarris electrónicos devido à quantidade limitada de dados.

“As provas sugerem que o tabaco aquecido continua a constituir um risco para os utilizadores”, afirmou Alan Boobis, líder do COT. “Provavelmente existe uma redução do risco para os fumadores de cigarros que trocam para os produtos aquecidos mas desistir inteiramente de fumar seria mais benéfico.”

O PHE, que tem como responsabilidade a protecção da saúde pública e do bem-estar no Reino Unido, apoiou anteriormente a mudança para os cigarros a vapor argumentando que estes seriam uma alternativa ao tabaco convencional com menores riscos – contudo, a organização diz que as provas sobre os cigarros aquecidos são ainda esboços.

“Os cigarros aquecidos não são o mesmo do que os cigarros electrónicos”, disse Rosanna O’Connor, directora do PHE para as drogas, álcool e tabaco. “Existem uma grande quantidade de provas que mostram que o vapor é muito menos prejudicial do que fumar – pelo menos 95% - e encorajamos os fumadores a tentaram os cigarros electrónicos como caminho para deixar de fumar”, acrescentou.