Sem acordos, professores voltam às manifestações e às greves em 2018
A decisão foi tomada por cerca de 500 professores e educadores que marcaram presença nos 21 plenários que a Fenprof convocou para a tarde desta quarta-feira em vários pontos do país.
Os professores que esta quarta-feira se reuniram em 21 plenários descentralizados convocados pela Fenprof aprovaram moções que admitem o regresso às manifestações e às greves, mas remetem decisões para o final das rondas negociais com a tutela, em Janeiro.
"Com a negociação e a luta no centro do debate, os professores aprovaram -- em quase todos os casos, por unanimidade, o que é muito significativo -- uma moção que apela para a luta. Desde logo, para a presença na Tribuna Pública que se realizará amanhã [quinta-feira], mas também para a marcação de novo plenário para o final do ciclo negocial em curso, com o objectivo de avaliar o resultado das negociações e a eventual aprovação de um calendário de acção e luta que se estenderá, pelo menos, até final do ano lectivo e que poderá incluir Manifestação Nacional e, de novo, o recurso à greve", lê-se num comunicado da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), divulgado nesta quarta-feira.
A decisão foi tomada por cerca de 500 professores e educadores que marcaram presença nos 21 plenários que a Fenprof convocou para a tarde de hoje em vários pontos do país, para garantir uma maior participação, no dia em que o Ministério da Educação, refere a federação sindical, anunciou nova ronda negocial, a realizar em 19 ou 20 de Dezembro e dedicada a discutir o acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira docente.
Os professores admitem, no entanto, que a manifestação pode ocorrer já em Janeiro "caso o Governo recue e se recuse recuperar todo o tempo de serviço perdido pelos docentes, para efeito de carreira, ou apresente outras propostas que neguem o compromisso que assumiu recentemente".
A Fenprof avisa ainda o Governo que a greve ao trabalho com alunos que esteja integrado na componente não lectiva pode voltar a ser convocada, se da reunião de 26 de Janeiro com a tutela não saírem compromissos para a recomposição do horário de trabalho dos docentes.
A moção, que foi aprovada com apenas dois votos contra e três abstenções, aborda várias temáticas que os professores querem negociar com o Governo, como a recomposição da carreira - descongelamento, reposicionamento e recuperação do tempo de serviço - a revisão dos concursos de professores, um regime especial de aposentação, a municipalização, a gestão das escolas e a inclusão.