Não sabe que ave, insecto ou planta acabou de ver? A Wilder responde

A partir de agora, qualquer pessoa pode pedir ajuda para identificar um animal ou planta que encontrou à porta de casa, numa iniciativa da revista de natureza Wilder

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Nelson Garrido

Que espécie é esta?” é uma iniciativa da Wilder, a revista online de natureza, que pretende envolver todos os portugueses na identificação de  espécies, promovendo a “ciência cidadã”.

A Wilder, um projecto jornalístico criado em 2015 por Helena Geraldes, ex-jornalista do PÚBLICO, pretende desde a sua génese entusiasmar os cidadãos pelo mundo natural através de conteúdos de fácil compreensão, sempre apresentados de uma perspectiva científica.

No novo projecto da revista, o objectivo leva o envolvimento dos cidadãos com a ciência um pouco mais além, fazendo a ponte dos mesmos com especialistas em biodiversidade.

A iniciativa “Que espécie é esta?” foi lançada no final de Outubro e, durante o primeiro mês, recebeu 13 pedidos de identificação, na sua maioria de insectos pela sua fácil observação mas menos clara identificação.

“A biodiversidade em Portugal ainda tem muito por revelar”, afirma a jornalista. “Quem sabe se um dia um cidadão naturalista não encontra uma espécie ainda sem registos em Portugal, ou se não descobre um novo território para uma espécie já conhecida? Ou até mesmo uma nova espécie?” inquire ainda Helena Geraldes.

Através de parcerias com investigadores de várias instituições nacionais, como a Rede de Estações da Biodiversidade, a Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal ou o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, qualquer cidadão pode, ao enviar por e-mail uma fotografia do animal ou planta que encontraram, com data e local, ter a sua resposta divulgada no site. Nesta resposta constará ainda uma breve descrição da espécie bem como o nome do profissional que auxiliou na identificação.

“As parcerias foram feitas com especialistas com os quais trabalhamos desde o início da Wilder”, acrescenta a responsável do projecto jornalístico. “São investigadores que têm uma predisposição especial para participar e para comunicar e que sentem que esta é uma forma de devolver algo à sociedade.”

Até à data, foram identificadas no site variadas espécies nomeadamente uma rolinha-diamante (Geopelia cuneata), espécie exótica nativa da Austrália, criada em cativeiro em Portugal ou mesmo um dos maiores grilos do país, o grilo-de-sela-de-perna-longa (Steropleurus pseudolus).

A campanha “Seja um naturalista” foi um dos 27 projectos seleccionados pelo Fundo Ambiental para ajudar a implementar a Estratégia Nacional para a Educação Ambiental, na categoria de promoção de campanhas de comunicação dirigidas aos cidadãos – sendo que a sua equipa é a responsável pelo novo projecto.

Noutra tentativa de envolver os entusiastas da natureza, foi ainda lançado um desafio de nome “À procura da natureza” que pretende por outro lado definir as espécies de aves, insectos, anfíbios, répteis e árvores mais observadas no país.

Para este fim pede-se aos cidadãos que procurem uma espécie de cada um dos grupos e enviem uma fotografia com a sua identificação, local e data de observação de modo a criar uma lista – que será actualizada e publicada na Wilder periodicamente.

O serviço de identificação de espécies é um primeiro degrau nesta escada naturalista, que pretende fazer com que as pessoas se sintam motivadas para procurar mais espécies, a regressar e aprender mais, transformando os processos da natureza em algo de leitura simples e acessível.

Nos primeiros sete meses deste ano foram registadas quase 700 espécies selvagens diferentes, por iniciativa de 1500 portugueses, em nove grandes projectos para conhecer a biodiversidade do país.

Texto editado por Ana Fernandes

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