Papa almoça com 1500 pobres e rejeita "indiferença" face à pobreza

Iniciativa fez parte do programa do primeiro Dia Mundial dos Pobres, instituído por Francisco.

Fotogaleria
LUSA/CLAUDIO PERI
Fotogaleria
LUSA/CLAUDIO PERI
Fotogaleria
Reuters/MAX ROSSI
Fotogaleria
Reuters/MAX ROSSI
Fotogaleria
Reuters/MAX ROSSI

O Papa Francisco almoçou neste domingo com 1500 pobres no Salão Paulo VI do Vaticano, depois de celebrar uma missa na Basílica de São Pedro durante a qual rejeitou a "indiferença" para com os que se encontram em situação da pobreza.

A iniciativa converteu pela primeira vez o enorme auditório papal projectado pelo arquitecto italiano Pier Luigi Nervi numa sala de jantar, com mesas circulares organizadas em torno de outra central, onde o pontífice estava sentado.

A missa no Vaticano e o almoço fizeram parte do programa da celebração do primeiro Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa como alerta aos cristãos para ajudar as pessoas em situação desfavorecida.

Na homilia, Francisco disse que a "indiferença" é o "maior pecado contra os pobres" e que, para os cristãos, é um "dever evangélico" cuidar deles.

"Nós temos talentos, somos talentosos aos olhos de Deus. Por consequência, ninguém pode pensar que é inútil, ninguém pode dizer que é tão pobre ao ponto de não poder dar alguma coisa aos outros", declarou durante a missa na basílica de São Pedro, à qual assistiam cerca de 7000 necessitados.

"Temos frequentemente a ideia de não ter feito nada de mal e por isso contentamo-nos, presumindo sermos bons e justos. Mas não fazer nada de mal não chega. Porque Deus não é um controlador à procura de notas, é um pai à procura de filhos a quem confiar os seus bens e os seus projectos", sublinhou.

Para o chefe da Igreja de Roma, esta "omissão também é um grande pecado contra os pobres, assume um nome preciso: indiferença". É dizer: "Isso não me diz respeito, isso não é assunto meu, é culpa da sociedade".

Muitos dos pobres que assistiam são acompanhados por organizações de ajuda aos necessitados, que vieram principalmente de países europeus, embora também existissem refugiados de outras partes do mundo.

A banda da guarda do Vaticano e o coro Le dolci note animaram a o almoço, servido por cerca de 150 voluntários de diferentes dioceses e paróquias.

O menu foi preparado por um conhecido restaurante na cidade de Bassano del Grappa, na região do Veneto (Nordeste da Itália) e foi composto de gnochetti da Sardenha com tomate, azeitonas e queijo Collina Veneta, guisado com legumes, polenta e brócolos e tiramisu para a sobremesa.

Cerca de 2500 pessoas que participaram na missa foram convidadas a almoçar em cantinas de seminários e instituições católicas em Roma, como a Comunidade de Sant'Egidio, Cáritas, o Circolo di San Pietro ou o Pontifício Colégio Americano.

Durante esta semana, foram oferecidas consultas médicas com especialistas em cardiologia, dermatologia, doenças infecciosas, ginecologia e andrologia, gratuitamente, com o apoio de diferentes instituições médicas em Roma e no Vaticano, informou o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

A assistência aos pobres, além do almoço oferecido no Vaticano, segue as iniciativas lançadas nos últimos anos durante o pontificado de Francisco, com o objectivo de ajudar as pessoas desfavorecidas nas imediações da Cidade do Vaticano.