Reconstrução de casas em Pedrógão abre polémica entre PSD e Governo
Líder parlamentar do PSD afirmou que “a esmagadora maioria das casas” em Pedrógão Grande ainda não tem “um tijolo colocado”. Ministério respondeu com números.
O gabinete do ministro do Planeamento e das Infra-estruturas informou nesta sexta-feira que “está concluída a reconstrução de 91 habitações atingidas pelos incêndios de Junho no Pinhal Interior, 48 das quais no concelho de Pedrógão Grande”, estando ainda em obra, à data, outras 49 habitações.
O comunicado do ministério surgiu na sequência das declarações do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que, também nesta sexta-feira, disse que “a esmagadora maioria das casas” em Pedrógão Grande ainda não tem “um tijolo colocado”, considerando que o Estado está a fazer propaganda política à custa da solidariedade dos portugueses.
De acordo com a nota do gabinete do ministro do Planeamento, há ainda 60 obras que estão em processo de adjudicação. Ao todo há 238 habitações permanentes afectadas pelos incêndios de Pedrógão Grande e Góis — o comunicado do Governo apenas refere a situação de 200 casas. Há pouco menos de um mês havia 72 intervenções concluídas, 55 obras em execução, 15 consignadas e 16 em adjudicação.
As restantes estavam em consulta de preço, em projecto ou em fase de avaliação.
De acordo com um documento da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), no total, os custos de recuperação das 238 habitações permanentes afectadas em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Pampilhosa da Serra, Sertã e Penela é de cerca de nove milhões de euros.
O fundo Revita financia 89 intervenções, a União das Misericórdias e a Fundação Calouste Gulbenkian 41 obras, a Cáritas de Coimbra 35, a SIC Esperança 17 e a Misericórdia de Lisboa cinco.
Segundo os dados da CCDRC, há ainda 39 obras a cargo do proprietário financiadas pela companhia de seguros, nove suportadas por doadores particulares ou empresas e três a cargo do proprietário.