Trump acredita tanto nos serviços secretos dos EUA como em Putin

Presidente norte-americano voltou a falar sobre as suspeitas de interferência da Rússia nas eleições dos EUA em 2016.

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Trump e Putin LUSA/MIKHAIL KLIMENTYEV/SPUTNIK/KREMLIN POOL

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse acreditar na sinceridade de Vladimir Putin quando este disse que não interferiu nas eleições norte-americanas, mas afirmou também que acredita nos serviços secretos do seu país, que concluíram o contrário.

“Acredito que sente que nem ele nem a Rússia interferiu nas eleições. Quanto a eu acreditar nisso, estou com as nossas agências. São actualmente lideradas por óptimas pessoas, acredito muito nas nossas agências de informação”, afirmou.

A comunidade ligada aos serviços de informação norte-americanos concluiu que a Rússia interferiu nas eleições de modo a ajudar o candidato republicano, Trump, a vencer a democrata Hillary Clinton.

Em declarações aos jornalistas no sábado, a bordo do avião Air Force One, Trump disse que Putin voltou a negar as acusações, desta vez durante uma cimeira no Vietname.

"Sempre que me vê, ele [Vladimir Putin] diz-me: Não fiz isso. E eu realmente acredito nele quando mo diz”, acrescentou Donald Trump.

O Presidente norte-americano voltou a frisar que é importante que os Estados Unidos tenham uma boa relação com a Rússia, e sugeriu que era tempo de remover as sanções que o Congresso tinha imposto à Rússia em resposta a esta interferência.

“É tempo de consertar um mundo que está estilhaçado e quebrado”, afirmou.

Mas Trump foi duramente criticado pelas afirmações de que acreditava em Putin. John McCain, por exemplo, comentou que "não há nada de "America First" ["América primeiro", o slogan de Trump na campanha e no seu discurso inaugural] em acreditar num coronel do KGB mais do que nos serviços secretos americanos". A CIA também reafirmou que houve inferferência.

Depois das críticas, o Presidente reformulou o que tinha dito aos jornalistas, declarando que acredita nas agências de informação norte-americanas. Esta é ainda objecto de investigação em várias comissões do Congresso e uma investigação do procurador especial Robert Mueller analisa também a possibilidade de ter havido colaboração entre os russos e a campanha de Donald Trump.