Bruma foi o jogador número 600 a representar a selecção nacional
Fernando Santos promoveu quatro estreias absolutas na partida contra a Arábia Saudita. Bruma, que esperava há quatro anos, foi o último a ser lançado e permitiu à selecção chegar aos 600 internacionais
Foram quatro os futebolistas que fizeram a estreia absoluta pela selecção na partida de sexta-feira frente à Arábia Saudita (3-0), em Viseu, contribuindo para que Portugal atingisse uma marca histórica. Kévin Rodrigues alinhou de início e tornou-se no 597.º jogador a vestir a camisola portuguesa. Edgar Ié, Bruno Fernandes e Bruma entraram na segunda parte e, com estes “novatos”, chegou-se aos 600, segundo dados recolhidos pelo PÚBLICO e cruzados com a informação disponibilizada no site oficial da Federação Portuguesa de Futebol.
O encontro de Viseu revestia-se de carácter solidário para com as vítimas dos incêndios, mas ficará também nos almanaques estatísticos da selecção portuguesa. Coube a Bruma, o último a ser lançado por Fernando Santos no Estádio do Fontelo (e que integrara pela primeira vez uma convocatória da selecção em Outubro de 2013, com Paulo Bento), a honra de ser o jogador número 600. Valeu a pena esperar mais de quatro anos pela estreia: o futebolista do RB Leipzig entrou aos 75’ para o lugar de Gonçalo Guedes e fica associado à efeméride da equipa nacional, que a 18 de Dezembro celebrará os 96 anos do primeiro jogo – disputado em Madrid, contra a Espanha.
Porém, novos internacionais portugueses podem entrar para as páginas dos compêndios de história já na terça-feira, dia do encontro particular contra os EUA: jogadores como José Sá, Ricardo Ferreira, Rony Lopes e Gonçalo Paciência não foram opção contra a Arábia Saudita mas ainda podem cumprir o primeiro jogo pela selecção.
Nos três anos que leva ao comando da equipa nacional, Fernando Santos já promoveu a estreia absoluta de 28 futebolistas (num total de 58 utilizados). Kévin Rodrigues, Edgar Ié, Bruno Fernandes e Bruma foram os mais recentes de uma lista que já tem jogadores com estatuto de protagonista: Cédric Soares, Danilo, João Mário, Bernardo Silva ou André Silva fazem parte do presente e do futuro da selecção portuguesa e demonstram o trabalho de renovação que tem sido levado a cabo.
Em 96 anos de história e numa lista de 600 futebolistas que já jogaram por Portugal, apenas 23 ficarão para sempre associados ao momento mais brilhante do futebol português: a conquista do título de campeão europeu, em França. No grupo escolhido por Fernando Santos para o Euro 2016 havia oito jogadores cuja estreia aconteceu pela mão do engenheiro.
Na lista de futebolistas que vestiram a camisola portuguesa há um mundo de contrastes. Cristiano Ronaldo é o líder indiscutível do ranking de internacionalizações desde que, em Junho de 2016, ultrapassou as 127 de Luís Figo. O madeirense, que não foi chamado para os particulares com Arábia Saudita e EUA, soma actualmente 147 jogos (e 79 golos) pela equipa nacional — o jogador no activo que mais se aproxima é Nani, com 112 partidas. Na baliza, Rui Patrício é o dono do lugar e tem perspectivas de tornar-se a curto prazo o guarda-redes com mais internacionalizações de Portugal. O guardião do Sporting soma 68 partidas e só tem à frente Ricardo (79) e Vítor Baía (80).
Contudo, por cada futebolista que atinge números semelhantes a estes ao serviço da selecção portuguesa, há dezenas que não completam uma mão-cheia de partidas com a camisola da equipa nacional. Jogadores com uma única presença são 127 (embora vários tenham legítimas aspirações a somar mais, como por exemplo os quatro estreantes de Viseu). Se a estes 127 acrescentarmos os futebolistas que têm no currículo duas internacionalizações chegamos a 203: ou seja, um terço dos 600 jogadores que já representaram Portugal fê-lo duas ou uma vez apenas. Muitos neste lote são jogadores dos primórdios da selecção portuguesa, quando as partidas internacionais não eram disputadas com tanta regularidade como agora.