Carme Forcadell sai em liberdade depois de pagar fiança
Membros da mesa do parlamento catalão prometem aplicar o artigo 155.
A antiga presidente do parlamento autónomo da Catalunha, Carme Forcadell, saiu esta sexta-feira em liberdade depois de ter reunido os 150 mil euros para pagar a fiança imposta pelo Supremo Tribunal.
Forcadell ficou detida na noite anterior por crime de rebelião, sedição e uso indevido de verbas públicas, mas foi decretado pelo juiz do Supremo que poderia sair sob fiança, que rejeitou o pedido do Ministério úblico que pedia prisão incondicional da antiga responsável.
A associação Assembleia Nacional Catalã publicou no Twitter uma imagem do cheque com que foi depositada a fiança. O seu presidente, Jordi Sànchez, está detido desde meados de Outubro, assim como Jordi Cuixart, da associação Òmnium - são ambas associações independnetistas.
Os restantes ex-membros da mesa dirigente do parlament (Lluís Corominas, Lluís Guinó, Anna Simó e Ramona Barrufet) ficaram em liberdade, mas têm sete dias para pagar uma fiança de 25 mil euros. Um deles, Joan Josep Nuet, ficou em liberdade sem a aplicação de qualquer medida cautelar.
Forcadell disse em tribunal que a declaração de independência da Catalunha foi simbólica e prometeu respeitar a aplicação do artigo 155 (em que Madrid assume poderes sobre a Catalunha), segundo o diário El País. O juiz, Pablo Llarena, sublinhou que todos os acusados deixaram expresso que "renunciam a futura actividade política ou que, se continuarem activos, renunciam a qualquer acção fora do quadro constitucional”.
Forcadell entregou o passaporte – está proibida de sair de Espanha e tem ainda de se apresentar todas as semanas ao Supremo da Catalunha e ainda sempre que for chamada ao Supremo em Madrid. O incumprimento de qualquer uma destas obrigações leva automaticamente à sua detenção.
Os responsáveis do parlamento estão a ser julgados pelo Supremo porque ainda têm imunidade parlamentar. Já os oito ex-conselheiros da Generalitat, acusados igualmente dos crimes de rebelião, sedição e desvio de fundos públicos, estão detidos e vão ser julgados pela Audiência Nacional.
Os elementos do executivo destituído liderado por Carles Puigdemont seguiram estratégia diferente, mantendo-se calados, e ficaram presos (excepto um deles, Santi Villa, que se demitiu no dia anterior à declaração de independência e que saiu após o pagamento de fiança).
Puigdemont e outros quatro ex-conselheiros estão em Bruxelas e sujeitos a um mandado de detenção europeu que está a ser analisado por um juiz belga.