Miguel Albuquerque acusa António Costa de discriminar os madeirenses

Ausência de verbas no Orçamento do Estado para a construção do novo hospital do Funchal, em contraponto com os investimentos em Évora, Lisboa e Seixal, motiva queixas do arquipélago.

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Miguel Albuquerque queixa-se de António Costa LUSA/GREGÓRIO CUNHA

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, acusou esta manhã o primeiro-ministro de “discriminar” aquela região autónoma, ao colocar os interesses partidários acima dos deveres do Estado.

“Há uma agenda político-partidária que tem como prioridade prejudicar a Madeira, para em 2019 tentar um assalto ao poder na região. Isto é muito claro”, disse Albuquerque aos jornalistas, à margem de uma acção de sensibilização para a doação de sangue, que decorreu no Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.

Na base do choque entre Funchal e Lisboa está precisamente a construção do novo hospital e as dívidas que o Estado ao Serviço Regional de Saúde, através dos subsistemas das Forças Armadas e da PSP. O líder do executivo madeirense lembrou que, em Março passado, António Costa comprometeu-se a co-financiar metade da construção e dos equipamentos do novo hospital (estimado em 340 milhões de euros), mas esse compromisso não consta do Orçamento do Estado para 2018.

“Para verem como os madeirenses são discriminados, estão inscritos no Orçamento 25 milhões de euros para o Hospital do Seixal, para o Hospital de Lisboa Oriental e para o Hospital de Évora que nem o projecto funcional tem pronto, ao contrário do nosso”, argumentou Albuquerque, acrescentando que no OE2017 existia a referência ao hospital da Madeira, mas este ano essa menção desapareceu.

“Não há aqui nenhuma distracção. O que há é uma omissão por parte do Governo central”, sublinhou, reafirmando que a construção da nova unidade de saúde é “prioritária” para o executivo regional e para os madeirenses.

Vincando que o Serviço Regional de Saúde (SRS) é “financiado com os impostos madeirenses”, o chefe do executivo madeirense pediu também uma rápida resolução para a dívida dos subsistemas de saúde que, nas contas do Funchal, rondam os 17 milhões de euros. “É inadmissível que a Madeira preste um serviço que cabe à soberania nacional, e depois não seja ressarcida desse dinheiro”, argumentou o governante, depois de ter doado sangue.

O arquipélago, explicou depois aos jornalistas, efectua 5540 colheitas de sangue anuais que asseguram as necessidades do SRS, mas é preciso trabalhar na renovação do conjunto de dadores. “Neste momento é fundamental termos novos dadores, por isso vim aqui dar o exemplo”, disse Albuquerque, que passará a ser um dador periódico.

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