Xi Jinping levou Trump a visitar a Cidade Proibida

Logo à saída do avião, o Presidente chinês conduziu Donald Trump num roteiro turístico por Pequim. A diplomacia faz-se nos intervalos.

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Os Trump, Xi Jinping e sua primeira-dama, Peng Liyuan Jonathan Ernst/REUTERS

Donald Trump chegou a Pequim, disposto a pedir ao seu hómologo chinês, o Presidente Xi Jinping, que aumente a pressão sobre a Coreia do Norte de forma a travar o desenvolvimento dos mísseis balísticos e armas nucleares. Porém, mal saiu do avião, o Presidente dos Estados Unidos e a primeira-dama, Melania Trump, foram conduzidos num programa turístico pelo próprio Xi, com uma visita guiada à Cidade Proibida e um espectáculo na Ópera de Pequim.

A antiga cidade imperial foi encerrada aos turistas durante todo o dia, para que Trump e Xi a pudessem visitar em segurança. Embora este local classificado como património da Humanidade pela UNESCO – uma organização da ONU da qual a Administração Trump quer sair – seja um ponto de paragem de líderes estrangeiros que visitam Pequim, é raro que o Presidente Xi faça pessoalmente de guia. 

O Presidente dos EUA mostrou a Xi um vídeo de uma neta, Arabella Kushner (filha de Ivanka Trump e Jared Kushner), a declamar poesia antiga em mandarim. O Presidente Xi terá dito que ela merecia nota 20+, relatam os medias chineses.

Durante os dois dias de visita a Pequim, espera-se que o Presidente Trump peça à China que cumpra as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e corte os seus laços financeiros com a Coreia do Norte, explicou um responsável da Casa Branca no avião que levou a comitiva presidencial americana de Seul, na Coreia do Sul, para Pequim, citado pela Reuters.

Na mesa de negociações deverá estar também o desequilíbrio da balança comercial entre os dois países, desfavorável aos EUA. Mas está prevista a assinatura de novos acordos comerciais no valor de nove mil milhões de dólares e, ao todo, esta semana devem ser anunciados pela Casa Branca novos acordos que valem mais de 250 mil milhões de dólares, segundo noticiou a agência Bloomberg. Não há, por isso, indícios de que qualquer arrefecimento nas relações entre os EUA e a China.

No entanto, é provável que saia frustrada a pressão diplomática de Trump sobre Xi, a quem chama “amigo”, para que corte a exportação de petróleo para a Coreia do Norte, encerre as contas bancárias norte-coreanas em bancos chineses e mande de volta os milhares de norte-coreanos que trabalham na China. Antes de sair de Seul, Trump fez um discurso inflamado, em que avisou o regime norte-coreano para não subestimar nem pôr “à prova” os governos de Washington e Seul.

Analistas especializados na China e na Coreia do Norte duvidam que algo de substancial mude na relação entre os dois países – embora hoje, com Kim Jong-un, Pequim não tenha o mesmo poder de influência que antes tinha sobre Pyongyang.

Trump está a realizar uma visgem oficial à Ásia que já o levou ao Japão e Coreia do Sul e termina dia 12. As próximas etapas são Vietname e Filipinas.

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