Apoio a startups e a ideias dos cidadãos dão a Paris prémio de cidade inovadora

Talin e Telavive ficaram em segundo lugar na distinção feita pela Comissão Europeia.

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Reuters/CHARLES PLATIAU

Paris foi considerada pela Comissão Europeia como a cidade mais inovadora e recebeu um prémio de um milhão de euros. A capital francesa foi distinguida por um conjunto iniciativas que inclui o apoio a startups e a projectos dos cidadãos.

O prémio de Capital Europeia da Inovação foi anunciado na Web Summit, em Lisboa, pelo comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas.

Talin, a capital da Estónia, e Telavive, cidade israelita conhecida pelo empreendedorismo tecnológico (e que não faz parte da União Europeia), ficaram em segundo lugar, numa disputa que Moedas classificou como renhida. Receberam 100 mil euros cada. Podiam participar cidades com mais de 100 mil habitantes e das cidades finalistas não constava nenhuma portuguesa.

“O que têm as cidades de tão especial?”, questionou Moedas antes de revelar o vencedor, no Altice Arena, onde está o palco principal da Web Summit. A reposta: a experiência de viver numa. Apesar de boa parte do quotidiano ser digital, não é possível digitalizar “a vida e a dinâmica” de uma cidade, argumentou o comissário.

Entre as iniciativas parisienses tidas em consideração pelo júri estiveram a construção de múltiplas incubadoras de startups (numa área total de 100 mil metros quadrados), a decisão de reservar 5% do orçamento para projectos dos cidadãos, e o projecto Reinventar Paris, com o qual a cidade está aberta a propostas para transformar as zonas subterrâneas.

“Não é de agora, mas desde há dez anos que a câmara de Paris faz a escolha de investir em inovação”, disse a presidente da câmara parisiense, Anne Hidalgo, numa conferência de imprensa após a atribuição do prémio. Hidalgo argumentou que a inovação digital é “muito importante” para construir “uma cidade inclusiva” e também para lutar contra as alterações climáticas, um assunto que diz ter escolhido como prioridade "clara" para o seu mandato.

O prémio será usado para criar uma escola para formar adolescentes em áreas relacionadas com a tecnologia.

Talin foi premiada por estar a experimentar várias tecnologias: o uso de veículos autónomos, sistemas de transportes partilhados e um estatuto de residência electrónica (uma iniciativa nacional), que permite aos residentes ao abrigo deste programa criarem através da Internet uma empresa com sede na Estónia.

Já Telavive desenvolveu um programa para associar startups a empresas tecnológicas e promover inovações que procurem resolver problemas urbanos.

“Os prémios são mais do que o dinheiro”, afirmou Carlos Moedas, respondendo a questões do PÚBLICO. O comissário sublinhou que não houve critérios políticos e que a atribuição do prémio foi “inteiramente técnica”. Observou que o objectivo foi encontrar as cidades “que mais transformaram o ecossistema” e disse esperar que as iniciativas  premiadas possam servir como exemplos: “Vejo aqui futuros mentores.”

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