Há 40 anos que nasceu a marca Lúcia Piloto e a cabeleireira celebra com um regresso ao passado
A Lúcia Piloto Cabeleireiros continua a querer inovar e prevê abrir um novo espaço no final do próximo ano.
A paixão de Lúcia Piloto pelos cabelos começou aos 14 anos, quando se estreou a trabalhar num cabeleireiro “por acaso”. Depois disso, cresceu, abriu o seu primeiro cabeleireiro e, 40 anos depois, celebra com uma festa dedicada à década em que criou a marca Lúcia Piloto Cabeleireiros: 1970. A festa é nesta quinta-feira, em Lisboa.
A escolha do tema não foi por acaso. “Além de ser uma época em que se começou a ter mais cuidado com os cabelos, em que se viam cabelos bonitos e penteados sofisticados, foi nessa década que tudo começou”, explica a empresária ao Culto.
A filha Patrícia Piloto, que então tinha 5 anos, acrescenta que “todas as tendência a nível internacional estão na década de 70, portanto foi uma coincidência feliz”. A escolha do local, o salão da Av.ª 5 de Outubro, em Lisboa, deve-se ao “orgulho” que a família Piloto sente por aquele espaço. A filha mais velha da cabeleireira recorda o momento em que Jean-Paul Agon, CEO da L'Oréal, elogiou o salão. “Agon ficou surpreendido com o tamanho, 1500 metros quadrados, e com o conceito diversificado que a nossa marca oferece”, conta.
Foi em 1977 que Lúcia Piloto abriu o primeiro salão, fazê-lo logo após o 25 de Abril foi um "acto de coragem", classifica. “Era um espaço bastante grande para a altura, com 300 metros quadrados e com vertentes que não existiam nessa época, como sauna, banho escocês e massagens. Foi um projecto bastante arrojado.”
Depois disso, a cabeleireira foi abrindo mais espaços, assim como uma academia porque não havia formação nesta área. Da capital estendeu-se para o Porto e para o Funchal.
Mais do que um cabeleireiro
Hoje, Lúcia Piloto recorda algumas clientes que a marcaram, como é o caso da ex-primeira-dama, Maria José Ritta, que penteou e acompanhou em todas as viagens ao longo de dez anos. Chegou a ser condecorada com o grau de comendadora da Ordem de Mérito por Jorge Sampaio, em 2006. “O que mais gosto na minha profissão é de cortar cabelos, porque é sinónimo de grandes mudanças. Gosto de pôr as mulheres bonitas, levantar-lhes a auto-estima. Ver as pessoas felizes é aquilo que mais me apaixona”, declara Lúcia Piloto, acrescentando que não há nada que lhe desagrade na sua profissão, que continua a ser desafiante, uma vez que tem de estar sempre actualizada.
Apesar de a profissão ocupar-lhe a maior parte do tempo, tem como passatempos preferidos viajar, ir à ginástica e ler. “Gosto muito de ler, mas como tenho uma vida muito activa, leio uma ou duas páginas e acabo por adormecer”, confessa com um sorriso, frisando que o que verdadeiramente lhe “enche a alma” é estar com a família. “As minhas filhas, são uma inspiração, uma inovação, uma mais-valia. Sem elas, nada disto fazia sentido.”
A empresária vê nas três filhas o futuro da sua marca. Patrícia, 45 anos, já assumiu a direcção-geral, Cláudia e Andreia, com 42 e 41 respectivamente, pertencem à administração da empresa. A Lúcia Piloto Cabeleireiros é mais do que um salão já que a marca criou “um conceito de beleza global”, que abrange não só os cabelos como o corpo, rosto e unhas, explica a filha mais velha.
Há cerca de dez anos, a empresa começou a criar espaços para públicos diferentes, como é o caso dos homens e das crianças. O ano passado, a marca criou uma loja online. Para Patrícia, esta é uma forma de chegar ao estrangeiro. “Temos de nos reinventar todos os dias para conseguir chegar mais longe e levar a marca mais além.”
Apesar de já terem fechado as lojas no Funchal, Porto e Aveiro, Patrícia Piloto confessa que abrir uma nova loja em Lisboa, entre o final de 2018 e início de 2019 faz parte dos planos. Actualmente, a marca tem quatro lojas e um spa, em Lisboa, outras duas em Cascais e em Almada. Para as empresárias era complicado manter a formação das equipas à distância.
Já com 40 anos de carreira, Lúcia Piloto pretende “continuar a trabalhar na parte artística”. “Quero continuar a trabalhar por mais alguns anos, mas as minhas três filhas são a continuidade e espero que os meus netos também sejam”, conclui.
Texto editado por Bárbara Wong