Quer ser director-geral da Saúde? Tem 10 dias para concorrer
O ainda director-geral já disse que a favorita é a médica do Porto Raquel Duarte. Mas ainda vai ter que passar por um concurso público.
A Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap) mandou nesta quinta-feira para publicação em Diário da República o aviso de abertura do concurso para director-geral da Saúde, na semana em que Francisco George se prepara para abandonar a liderança da Direcção-Geral da Saúde (DGS), por completar 70 anos e ter que deixar o serviço público por limite de idade.
“De acordo com as normas legalmente estabelecidas, o prazo para as pessoas poderem candidatar-se é de 10 dias úteis, começando a contar a partir do dia seguinte à publicação”, explicita a Cresap, em resposta ao PÚBLICO, sem revelar mais detalhes.
Com a mudança da legislação, em 2013, o próprio Francisco George foi obrigado a passar pelo crivo da Cresap e recandidatou-se ao cargo enfrentando vários concorrentes. As regras ditam que pelo menos seis das pessoas que se candidatarem são chamadas para uma entrevista com o júri da comissão que, no final, indica o nome dos três mais bem classificados à tutela – neste caso o Ministério da Saúde – que escolherá o novo director-geral.
Ou a nova directora-geral se, como o próprio George antecipou, a médica do Porto Raquel Duarte, que é especialista em pneumologia e doutorada em saúde pública (e que já admitiu que se vai candidatar ao cargo), chegar ao grupo dos três finalistas. Ela é a favorita e será, ao que tudo indica, a escolhida.
Quando, em Agosto, a SIC Notícias adiantou que o Ministério da Saúde patrocinava o nome de Raquel Duarte para directora-geral da Saúde, apesar de o gabinete do ministro Adalberto Campos Fernandes não ter confirmado oficialmente o apoio à médica, Francisco George já a assumiu por várias vezes como o nome favorito e disse ao PÚBLICO deverá ser a escolhida. “Gostava que ela fosse directora-geral. Ela é uma pessoa muito qualificada e tem o apoio de muita gente”, afirmou então.
Há outro motivo de peso que justifica o apoio da tutela: desde 1899, Portugal teve 19 directores-gerais da Saúde e entre eles houve apenas uma mulher, Maria Luísa Van Zeller.