Lisboetas querem mais ciclovias, uma piscina no Tejo e um Bailomóvel
Até 22 de Novembro, 128 projectos para a cidade estão sob escrutínio dos cidadãos no âmbito do Orçamento Participativo de Lisboa. Autarquia vai investir 2,5 milhões de euros.
Ciclovias, parques de estacionamento, requalificação de zonas verdes ou uma piscina no Tejo. Estão apresentadas as 128 ideias finalistas do Orçamento Participativo de Lisboa (OP). Até 22 de Novembro, a população vai poder escolher as propostas que mais gostaria de ver implementadas na cidade. As mais votadas vão ser contempladas no orçamento municipal para o próximo ano.
No ano em que o OP comemora dez edições, chegaram à autarquia 434 ideias - menos 133 do que no ano passado - para diferentes zonas da cidade, propostas pelos seus cidadãos. Destas, 128 passaram à votação final.
À cabeça, estão propostas que se enquadram na reabilitação urbana e espaço público (35), estrutura verde, ambiente e energia (27) e infra-estruturas viárias, mobilidade e transportes (23).
Entre os projectos a votação está, por exemplo, a instalação de uma piscina no Tejo, na zona de Santos, orçada em 150 mil euros. No âmbito da reabilitação de espaços, a implementação e desenvolvimento da 2ª Fase da Reabilitação do parque do Casal Ventoso, em Campo de Ourique, que custaria à autarquia 500 mil euros, é uma das ideias apresentadas.
Mas há também propostas para a instalação de cinco painéis informativos junto de transportes públicos nas zonas do Cais do Sodré, Marquês Pombal, Campo Grande, Gare do Oriente e Sete Rios. Segundo os promotores, os painéis dariam “informações sobre percursos acessíveis da cidade, horários de transportes, instalações sanitárias acessíveis, equipamentos acessíveis, botões de emergência”, um projecto destinado sobretudo a “pessoas com deficiências sensoriais e motoras”.
“Ao estilo da renovada Avenida Fontes Pereira de Melo”, é proposta a criação de um pequeno espaço verde nos separadores centrais da Calçada de Carriche e na Avenida Padre Cruz.
Entre as mais de 100 propostas a votação está o Bailomóvel, isto é, um veículo móvel que, de acordo com uma programação definida, estacionará numa praça ou jardim da cidade, transformando-a numa pista de dança para a população.
O município de Lisboa foi pioneiro na criação de um programa em que são os cidadãos quem mais ordena: são eles que apresentam as propostas e decidem quais gostariam de ver concretizadas na cidade. Condicionados, claro está, por um montante definido pela autarquia que será, à semelhança dos últimos anos, de 2,5 milhões de euros.
De acordo com o município, um milhão de euros será destinado a “projectos estruturantes ou transversais” com um orçamento entre os 50 mil e os 500 mil euros. O restante será repartido de forma igual pelas cinco Unidades de Intervenção Territorial (Norte, Oriental, Centro, Ocidental e Centro Histórico), para projectos entre 50 mil e 150 mil euros, “de forma a assegurar uma distribuição equitativa de projectos vencedores por toda a cidade”. Feitas as contas, pelo menos 12 iniciativas sairão vencedoras.
31,3 milhões de euros em dez edições
Ao longo das várias edições do Orçamento Participativo de Lisboa, os cidadãos apresentaram 5770 propostas e votaram 230 mil vezes. Foram a votação 1829 projectos, dos quais saíram 105 ideias vencedoras, num total de cerca de 31,3 milhões de euros. Ainda assim, nem todas as propostas saíram da gaveta.
Quem vota pode escolher dois projectos, em categorias diferentes, através do site www.lisboaparticipa.pt, por mensagem escrita (grátis para o número 4310, enviando OP + número do projecto), ou presencialmente em sessões de apoio ao voto ou no atendimento na rua Nova do Almada, nº 53, 2º piso.
Ainda não é conhecida a data em que serão apresentados os projectos vencedores desta edição do OP. No ano passado, o Jardim do Caracol da Penha foi o grande vencedor. O projecto que previa a abertura de um novo jardim público nas freguesias de Arroios e Penha de França conquistou uma votação recorde de mais de nove mil votos, numa edição que contemplou 17 projectos vencedores.