Orçamento Participativo de Lisboa: há projectos de 2009 por concretizar
Mais de metade dos 105 projectos vencedores dos oito anos de existência do Orçamento Participativo de Lisboa estão por concluir.
Alguns avançam para depois recuar. Outros ficam na gaveta durante vários anos e, ao mesmo tempo, outros vão dando entrada na mesma gaveta. Em oito anos, 105 projectos venceram o Orçamento Participativo (OP) de Lisboa, entre os quais se incluem três em Carnide que a população exige ver concretizados antes da entrada da EMEL. No total da cidade, 63 projectos não estão completos: 13 já começaram, 17 esperam pelos contratos e 33 estão “em estudo”. Nestes últimos, contam-se já os 17 projectos vencedores da edição de 2016.
Segundo a informação disponibilizada no site Lisboa Participa, por ano há, em média, 12 novos projectos de orçamentos participativos para concretizar. O número de vencedores tem vindo a aumentar. 2008, ano em que o projecto começou, houve cinco vencedores, o número mais reduzido. 2016 foi, pelo contrário, o ano com mais projectos premiados: 17.
A escala também subiu no número de participações: na primeira edição participaram 1101 pessoas, valor que se foi multiplicando até chegar às quase 52 mil na última edição. No ano passado, um dos projectos vencedores, o Jardim do Caracol da Penha, foi o mais votado de sempre, com mais de nove mil votos.
Antes da edição deste ano, o recordista de votações era o projecto para a requalificação do Jardim Botânico de Lisboa, vencedor do OP de 2013. As obras neste jardim da Universidade de Lisboa começaram em Outubro de 2016, com três anos de atraso. Prevê-se que terminem este Verão.
No entanto, o projecto vencedor do OP de 2009 ainda não viu a luz do dia. A criação de um parque infantil e quiosque na Praça João Bosco, na Estrela, foi o mais votado há sete anos. Segundo a autarquia, o desenho do projecto foi concluído no final de 2014. Desde então está “em estudo a sua execução”. Dos 12 projectos vencedores nesse ano, há mais dois por concluir – um em fase contratação, outro em obra.
Em nove anos, mais de 31 milhões de euros foram destinados para a concretização destes projectos.
O PÚBLICO questionou a Câmara de Lisboa sobre o tempo médio de execução dos projectos, mas não obteve resposta até ao fecho da edição.
