Poke, haupia e mais comida havaiana no Porto
Há pranchas de surf, colares de flores e comida simples. Cristina e Maria ainda não foram ao Havai, mas o Havai já chegou ao Porto
Na faina, os pescadores temperavam de uma forma rude (com sal e algas) as aparas de peixe que usavam como lanche. Essa terá sido a origem do poke, com história no Japão, mas indispensável na comida havaiana — e que já pode ser provado no restaurante Honolulu, no Porto.
No Havai, esta salada de peixe marinado servida numa base de arroz branco al dente ou couscous é tão conhecida como o surf ou como os colares de flores — também cá estão, usem e sintam-se à vontade —, a refeição mais comum numa ida à praia, num almoço de família ou nos expositores de um qualquer supermercado.
Cristina Araújo e Maria Fernandes ainda não visitaram o país, mas absorveram as informações partilhadas por um amigo comum que todos os anos participa numa competição Iron Man nas ilhas do Pacífico. "Ele trouxe algumas ideias e fala de um paraíso com uma energia diferente da nossa. Por ele, ia para lá viver", conta à Fugas Cristina, sentada à mesa de um restaurante que abriu no dia 15 de Agosto, no número 58 da Rua dos Bragas. "Queremos ir lá conhecer e pesquisar novas receitas. Talvez no próximo ano", suspira uma das fundadoras do espaço, com meia dúzia de poke bowls na carta: Punanã Hua (atum), Salemona (salmão), Shrimp (camarão), Ka Moa (frango), Me Ka Waiu (queijo feta) e Ka Hua (fruta), com o preço a variar entre os 5,50 e os 6,90 euros.
O menu, simples, apresenta três bruschettas (a Pona com pesto, mozzarella fresca, tomate e orégãos; a Aina com abacate, tomate, cebola roxa, noz e alface; a Ohana com salmão fumado, queijo brie e geleia de amoras), saladas e tostas em pão saloio à base de abacate e pesto que servem bem de refeição. Há brunch a qualquer hora do dia, taças de fruta, açaí, scones, tapiocas doces e salgadas, papas de aveia e bolo caseiro à fatia. De segunda a sexta existe um prato do dia (por 4,90 euros).
Este Honolulu não fica junto à praia, mas também não fica numa artéria principal do Porto. Nem coisa que se pareça. "A confusão começa ali na rua de Cedofeita e vai até ao centro", aponta Cristina, satisfeita com o entusiasmo de quem tem visitado um espaço "diferente", "mais clean", com "inspiração havaiana", um pouco à imagem de "uma forma de viver mais calma" que imagina nas ilhas tropicais. "O Havai está no imaginário de qualquer pessoa."
Na cozinha marinam alguns segredos (como os molhos havaianos), mas a maior parte dos ingredientes "são muito fáceis de encontrar", como o atum fresco ou o salmão, a manga ou o ananás, a cenoura, as cebolas ou a couve roxa. "Os havaianos consomem muitos fritos, mas nós pesquisámos e introduzimos na nossa cozinha a parte mais saudável", sublinha Cristina.
Só mais duas coisas sobre o Havai. A primeira chama-se Haupia (2,50 euros), sobremesa tradicional à base de leite de coco — tornou-se popular depois da Segunda Guerra Mundial como cobertura para bolos de casamento. A segunda é um par de palavras que deve pronunciar enquanto respira. Aloha. Mahalo.