A Startup Portugal, uma entidade estatal que reúne as medidas para o empreendedorismo, aproveitou as celebrações do primeiro aniversário para anunciar que vai expandir as operações ao abrir dois novos escritórios, em Lisboa e no Porto, e contratar pelo menos mais uma dezena de colaboradores.

"A nossa equipa, que começou há um ano com apenas quatro pessoas, está a crescer", disse Simon Schaefer, o director executivo da Startup Portugal. “Um dos principais objectivos da nossa organização é apoiar o crescimento do ecossistema empreendedor português."

As celebrações aconteceram em Lisboa, no que será o futuro espaço da incubadora Startup Lisboa. Foi há um ano que a autarquia começou a transformar o antigo edifício da Manutenção Militar, na zona ribeirinha do Beato, numa “das maiores incubadoras de empresas da Europa”. Esta quarta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa reforçou que a “produção de talento português é uma prioridade”, mas que o objectivo de Lisboa não é competir com outros grandes pólos industriais ou obrigar empresas nacionais a ficar na cidade.

“Não nos queremos comparar com Silicon Valey ou Berlim,” disse Fernando Medina durante as celebrações. “Não queremos que nenhuma empresa fique em Lisboa, se não sentir que é o melhor sítio. Não faz sentido. Provavelmente, em alguma altura, as empresas terão de ir para outro local para continuar a sua expansão.” O autarca aproveitou a ocasião para reforçar que o espaço da StartUp Lisboa no Beato será um dos “pólos centrais de criatividade e inovação do país, cidade, e Europa” e confirma que as obras já estão marcadas. “Não me vou comprometer com uma data, mas serão aceleradas,” disse.

A Startup Portugal também aproveitou as comemorações para anunciar as vencedoras do concurso Road2WebSummit, uma parceria com a Web Summit para ajudar 150 startups portuguesas a participar numa das maiores feiras de empreendedorismo do mundo, que começa dia 6 de Novembro em Lisboa. Além de um desconto de 50% no valor do bilhete, as vencedoras vão beneficiar de programas de preparação em Lisboa e no Porto. Se alguma das startups selecionadas ao abrigo desta iniciativa já tiver comprado bilhete, será reembolsada. Em 2016, uma versão semelhante do programa já tinha permitido a participação gratuita de 67 empresas portuguesas na feira.

O ministro da Economia, Manual Caldeira Cabral, destacou a responsabilidade das escolhidas em representar o país. “Os novos empregos qualificados vão ser criados pelas startups que se começam a formar hoje”, diz Cabral que ajudou a desenvolver a StartUP Lisboa depois de perceber que os seus alunos – enquanto professor na Universidade do Minho – estavam a sair do país antes de completarem o ensino superior, por não existirem apoios para motivar a inovação “Era preciso encontrar um novo futuro”, diz Cabral. “Portugal tem de aproveitar da sua geração, e não a pode perder. Temos de usar o espírito empreendor e conhecimento da nova geração”.

Durante as celebrações, a Startup Portugal organizou uma pequena exposição de várias das startups que apoia e falou do novo foco em facilitar o contacto e promover parcerias entre os criadores de pequenas e grandes empresas. Outro projecto é o pitch booth, uma espécie de cabine telefónica que vai ser colocada em várias universidades e escolas portuguesas onde jovens com ideias inovadoras podem gravar as suas ideias em frente à câmara. As cinquenta melhores receberão formação em como apresentar os projectos.