Imigração: Passos diz que PS põe "em risco a segurança dos portugueses"
Líder do PSD volta ao discurso contra a nova lei da imigração e diz que os partidos "radicais" empurram o país para uma política arriscada. PS contra-ataca.
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou nesta terça-feira o Governo socialista de ter sido ele a quebrar o consenso que existia na sociedade portuguesa sobre a lei da imigração para ceder ao BE e ao PCP.
Num jantar-comício em Viana do Castelo de apoio ao candidato do partido à Câmara Hermenegildo Costa, Passos Coelho retomou o tema das alterações introduzidas em Julho por proposta do BE à lei da imigração, depois de o primeiro-ministro o ter acusado de se afastar da linha tradicional dos sociais-democratas nessa matéria.
"A Europa está a reforçar a sua segurança, nós cá porque temos na 'geringonça' uns partidos radicais, que acham que pode entrar toda a gente, devemos pôr em risco a segurança dos portugueses, do país, apenas porque há umas pessoas ideologicamente que querem fazer essa ruptura com o consenso que sempre existiu na sociedade portuguesa?", questionou.
O líder do PSD defendeu que, antes das alterações aprovadas pelo parlamento (e que passam a permitir a concessão de um visto com base numa promessa de contrato trabalho, por exemplo) nunca ninguém ouviu António Costa dizer que Portugal era "um país xenófobo, racista ou fechado ao exterior".
"E nós é que estamos a romper o consenso?", questionou.
Passos lamentou que o Governo ainda não tenha disponibilizado ao parlamento o parecer do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) – já reproduzido na comunicação social e crítico das alterações - e que, perante os dados de que a mudança pode ter gerado "um efeito de chamada", o Governo apenas tenha respondido com críticas ao PSD.
"Começa a ser excessiva a maneira como o primeiro-ministro desconversa sobre as coisas importantes em Portugal", acusou.
PS diz que Passos quer "pânico"
A secretária-geral adjunta do PS respondeu em tom duro, considerando que o PSD parte sem propostas para o sufrágio, com o seu líder preocupado em "lançar o pânico" sobre os imigrantes.
O PSD, disse Ana Catarina Mendes num jantar-comício em Aljustrel (distrito de Beja), "não tem nenhuma proposta para estas eleições autárquicas", e Pedro Passos Coelho, presidente do partido, está antes focado em "lançar o pânico, lançar o medo, lançar o alarme, e considerar que um imigrante que entra em Portugal ameaça o país".
"Isto não é digno de um líder de um partido como o PSD", prosseguiu a secretária-geral adjunta socialista, antes de considerar que o Portugal que o PS defende abarca uma "sociedade respeitadora da diferença de todos".
Ana Catarina Mendes acrescentou ainda, neste que é o primeiro dia oficial de campanha para as eleições de 1 de Outubro, que o PS está "unido, mobilizado, focado, determinado numa grande vitória nas próximas eleições".
"As pessoas precisam de autarquias geridas pelo PS como estavam a precisar de um país governado pelo PS", acrescentou a 'número dois' do partido.
E concretizou: "Quando nós governamos, as pessoas vivem melhor".