Ecovia do Mondego liga Santa Comba a Penacova, mas objectivo é chegar ao mar

Nova pista ciclável com custo de 900 mil euros prolonga em 40 quilómetros trajecto que já liga Viseu a Santa Comba Dão.

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pedro cunha

A pista ciclável de 40 quilómetros que vai ligar Santa Comba Dão a Penacova tem um custo de 900 mil euros e deve demorar cerca de um ano e meio a instalar no terreno. O projecto da Ecovia do Mondego, apresentado em conjunto pelas Comunidades Intermunicipais (CIM) das regiões de Coimbra e de Viseu, Dão e Lafões, serve como um prolongamento da Ecopista do Dão, um percurso de 49 quilómetros que já faz a ligação entre Viseu e Santa Comba Dão.

Para que a nova ciclovia - que começa em Santa Comba, passa por Mortágua e termina na fronteira entre os concelhos de Penacova e Coimbra - seja instalada não é preciso construir muito mais infraestruturas. O projecto prevê o aproveitamento de estradas e caminhos rurais existentes, sendo que em só alguns casos será instalada uma via dedicada.

Apenas em alguns intervalos será preciso abrir novos caminhos, como na margem da albufeira da barragem da Aguieira. A partir desse ponto, grande parte do percurso acompanha o vale do Mondego.

Para já, o trecho que foi apresentado nesta segunda-feira numa unidade hoteleira nas margens da albufeira da Aguieira representa a extensão do percurso que vem de Viseu. No entanto, no futuro o objectivo é fechar um anel na zona Centro que interligue o interior ao litoral, passando por Figueira da Foz, Coimbra, Viseu e Aveiro, referiu o secretário executivo da CIM da Região de Coimbra, Jorge Brito.

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Este circuito cruza-se com o Eurovelo 1 - o projecto europeu de ciclovias, a rota atlântica que prevê uma vias cicláveis que percorram toda a costa portuguesa.

A Ecopista do Dão é a ciclovia desse anel já em funcionamento, num trajecto de 49 quilómetros que vai da estação ferroviária de Santa Comba Dão à Avenida da Europa, em Viseu. O trajecto segue a antiga linha ferroviária do Dão, desactivada em 1988.

Segundo Jorge Brito, a candidatura ao financiamento do programa Valorizar foi articulada previamente com o Turismo de Portugal, o que deixa perspectivar um “grau elevado” de probabilidade de aprovação. O dirigente explica ainda que é pelo facto de esse programa se destinar a territórios de baixa densidade que a Ecovia do Mondego pára à entrada do município de Coimbra.

Falada há vários anos, a ciclovia que ligaria Coimbra à Figueira da Foz ainda não saiu do papel. Jorge Brito explica que uma estrutura desse género tem “custo diferentes, não financiáveis no âmbito deste projecto”. Estão a decorrer conversações para avançar com a ligação do eixo Viseu – Figueira da Foz, avança.

Diversificar o turismo do interior

O Presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, entende que este projecto permite “reforçar o posicionamento da região e diferenciar a competitividade”. O segmento de turismo ciclo-pedonal representa 8,9 mil milhões de euros no mercado europeu, ilustra Pedro Machado, com uma taxa anual de crescimento de 10%. Numa referência à junção de esforços dos municípios para avançar com este projecto, o responsável afirmou que apenas “é possível disputar este mercado em conjunto”.

Há outro indicador relevante: segundo Pedro Machado, os 150 milhões de consumidores deste produto turístico viajam mais entre os meses de Fevereiro e Maio e de Setembro a Maio. Este dado “permite combater a sazonalidade” das dormidas na zona Centro.

O presidente da Câmara Municipal de Mortágua, José Norte, falou na importância de desenvolver o interior do país, mesmo sem as ligações ideais. Os autarcas da região há muito que reivindicam uma autoestrada que faça a ligação entre Coimbra e Viseu, em alternativa ao IP3. “Já que não conseguimos ter uma autoestrada, vamos lutar por esta ecovia”, ironizou José Norte.

Para Leonel Gouveia, autarca de Santa Comba Dão, a Ecopista do Dão “é uma mais valia de desenvolvimento deste território”, apontando para a necessidade de, no futuro, fazer também a ligação à Figueira da Foz. 

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