Farmácia Lemos e A Regaleira: lojas históricas que vão ter de mudar de lugar?
Estavam na lista das primeiras Lojas Históricas do Porto, mas os proprietários dos imóveis apresentaram reclamações que, para já, impediram a classificação.
Depois da reunião de Câmara do Porto, na passada terça-feira, onde foi aprovada a lista dos 34 primeiros espaços classificados como Lojas Históricas, no âmbito Porto de Tradição, ficou por saber qual o destino da Farmácia Lemos e do restaurante A Regaleira. Maria Manuela Rezende, directora municipal do Comércio e Turismo, garantiu que estão a ser avançadas negociações “no sentido de uma mudança espacial, para que [os dois espaços] não fiquem no meio dos prédios, mas numa das pontas, com a premissa que todo o interior será mantido e o espólio transferido”.
Ao PÚBLICO, Francisco Passos, sócio do Restaurante A Regaleira, confirmou a existência das negociações. Apesar de ainda estarem várias hipóteses em cima da mesa, o responsável explica que procura “a melhor solução a nível comercial”. Caso tenha de mudar o restaurante para uma das pontas do edifício, situado na Rua Bonjardim, o sócio acredita que não irá haver diferenças na afluência de clientela uma vez que o estabelecimento irá ficar perto do local original.
Por outro lado, na Farmácia Lemos, na Praça Carlos Alberto, o cenário é diferente. Pedro Oliveira, sócio da firma Lemos e Filhos, que detém a farmácia, garante que não falou com os novos proprietários do imóvel. Sabe da intenção do grupo em construir um hotel, mas ninguém lhe falou em fechar ou mudar de instalações. “Antigamente pagava à Ordem do Carmo. Agora pago ao Grupo Nelson Quintas. O cheque vai para outra pessoa, mas não falaram comigo”, explica, revelando que foi até aos escritórios do grupo, mas que não aceitaram recebê-lo.
Sem data prevista para a resolução desta situação, fonte da Câmara afirma que os dois casos vão ser reavaliados.
A decisão quanto à classificação dos espaços como Lojas Históricas ainda não foi tomada devido a reclamações feitas pelos proprietários dos edifícios que, por “motivos imobiliários”, não pretendem a protecção destes espaços comerciais.
Texto editado por Ana Fernandes