Melania Trump fê-lo outra vez: foi para o Texas de salto alto

Casal presidencial viaja até Houston para se encontrar com vítimas da tempestade Harvey. Ao aterrar, a primeira-dama já trazia ténis, como na primeira visita.

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Donald e Melania Trump, a caminho do helicóptero 'Marine One', em Washington Olivier Douliery/EPA

Criticada por ter entrado no avião que a levou ao Texas para ver os estragos provocados pela tempestade Harvey com um salto alto agulha vertiginoso, Melania Trump insistiu ontem, na segunda viagem: ao lado do marido, o Presidente Donald Trump, voltou a usar sapatos de altíssimo salto agulha. 

Desta vez, o casal presidencial norte-americano foi mesmo a Houston, a cidade alagada pelas chuvas torrenciais, para estar com vítimas das cheias, e para levar a promessa dos 7850 milhões de dólares (6600 milhões de euros) pedidos por Trump ao Congresso para recuperar os estragos causados pela tempestade. O governador do Texas, Greg Abbott, disse que poderiam ser precisos 125 mil milhões de dólares.

Tal como na terça-feira, quando aterrou no Texas, Melania Trump já tinha ténis e uma camisa de ganga, transformando a viagem numa passadeira vermelha. Na primeira visita, Melania aterrou com calças de ganga escuras, camisa e ténis brancos. E um boné a dizer FLOTUS (First Lady Of The United States). Desta vez, escolheu um a dizer “Texas”.

Ontem, os seus primeiros passos no Texas foram uma vista a um centro onde estão crianças desalojadas pelas cheias.

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Donald e Melania, à chegada ao Texas kevin Lamarque/REUTERS

Na primeira viagem, Melania Trump e o Presidente mantiveram-se longe da zona crítica das inundações. As escolhas de indumentária da primeira-dama fizeram correr rios de tinta, num desastre altamente mediatizado, que inundou e paralisou Houston, a quarta maior cidade norte-americana, fez mais de 50 mortos, um milhão de deslocados. Teme-se que os prejuízos sejam comparáveis aos do furacão Katrina, há 12 anos, em Nova Orleães.

Os críticos dizem que Melania Trump deu uma prova da incapacidade em perceber a vida das pessoas comuns, que mais uma vez mostrou ser uma “mulher-troféu”, para ser vista e não ouvida — uma Barbie em missão de salvamento.

“Os saltos da sra. Trump — que parecem ser Manolo Blahniks clássicos — cheiram a uma certa feminilidade clichê: decorativa, pouco prática, cara, elitista (tudo adjectivos que costumam ser associados com a marca Trump)”, escreveu Vanessa Friedmann, crítica de moda do New York Times.

A roupa pode ser usada (e é usada) pelos políticos para transmitir uma mensagem. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, tornou-se um fervoroso adepto de usar a indumentária como arma política, através das meias coloridas. Veja-se a camisa cor-rosa e as meias com riscas de arco-íris com que escolheu vestir-se para participar na marcha gay de Ottawa, a capital canadiana, a 27 de Agosto.

A imagem e aquilo que vestem as mulheres da família Trump não é nunca descurado — Melania e Ivanka, a filha mais velha do Presidente, têm linhas próprias de joalharia e moda. Se a primeira-dama norte-americana escolhe pela segunda vez uns sapatos de salto agulha para entrar no transporte que a leva ao local de um desastre natural de enormes proporções, mesmo que os tenha descalçado ao aterrar, isso tem um objectivo.

Mas se isso é uma forma de transmitir esperança, ou criar empatia com as vítimas do Harvey, como se esperava que o Presidente e a primeira-dama criassem, é duvidoso. “Que mensagem é que uma primeira-dama em saltos altos superaltos envia aos que estão a sofrer a devastação deste desastre natural”, interrogava Lynn Yaeger, da revista Vogue.

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