Trump perdoa xerife do Arizona que perseguia imigrantes

Joe Arpaio, "o xerife mais duro da América", perseguiu imigrantes numa busca indiscriminada por ilegais. O Presidente chamou-lhe "patriota americano".

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Arpaio com Donald Trump Reuters

O Presidente dos EUA, Donald Turmp, emitiu um perdão para o antigo xerife do condado de Maricopa, no Arizona, Joe Arpaio, que fora condenado por comportamento criminoso - recusou acatar uma ordem do tribunal que o mandou parar com as operações stop a condutores que parecessem imigrantes e outras buscas que foram consideradas ilegais por serem orientadas em função da etnia.

A sentença de Arpaio, de 85 anos, deveria ser conhecida em Outubro. Mas o Presidente perdoou-lhe na terça-feira - num comício em Phoenix, no Arizona, sugeriu que podia fazê-lo e depois emitiu o perdão.

Arpaio prestou "anos de serviço admirável à nossa nação (...) o que o tornou candido a um perdão presidencial", diz a nota da Casa Branca emitida na sexta-feira à noite sobre a decisão de perdoar o xerife que perseguiu imigrantes, numa busca indiscriminada por ilegais.

Segundo Trump, Joe Arpaio é "um patriota americano". "Ele manteve o Arizona seguro", escreveu o Presidente dos EUA no Twitter na sexta-feira.

O antigo xerife agradeceu ao Presidente, cuja candidatura apoiou desde o primeiro momento, e disse que a sua condenação foi "uma caça às bruxas feita pelos sobreviventes [da Administração] Obama no Departamento de Justiça".

O primeiro perdão presidencial assinado por Donald Trump mereceu a crítica dos democratas no Congresso e de grupos de defesa dos direitos cívicos. "É muito desencorajador que no seu primeiro perdão o Presidente tenha colocado a fasquia tão baixo", reagiu o veterano senador democrata, Patrick Leahy.

Para a American Civil Liberties Union, ao perdoar Arpaio, o Presidente Donald Trump "escolheu a ilegalidade em vez da justiça. a divisão em vez da unidade e a doença em vez da cura"

Antes deste processo, já tinha sido acusado pelo Departamento de Justiça por violações dos direitos humanos, por ter servido comida podre e racionado a quantidade de água nas prisões do condado.

Joe Arpaio, que se auto-intitula "o xerife mais duro da América", deixou o cargo em Novembro de 2016, depois de ter perdido as eleições para o lugar que ocupava há 24 anos.

Além da alegada perseguição às comunidades de imigrantes, a reputação de "duro" de Arpaio tinha a ver com os seus métodos controversos de policiamento e detenção de suspeitos. O xerife recuperou os antigos uniformes prisionais com riscas pretas e brancas e obrigava os detidos a usar cuecas e meias cor-de-rosa.

Também instituiu grupos de trabalho "voluntários" para as mulheres sob detenção, que podiam optar por trabalhar ao ar livre, acorrentadas umas às outras, ou permanecer na cela durante 23 horas por dia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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