Governo “vai mesmo avançar” com cadastro florestal e investir nos sapadores

António Costa garante que vai atingir a meta das 500 equipas de sapadores florestais em 2019.

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LUSA/NUNO ANDRÉ FERREIRA
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O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que o Governo “vai mesmo avançar” com o cadastro florestal, investindo ainda no aumento das equipas de sapadores florestais, garantindo que vai cumprir com o que ficou estabelecido na Assembleia da República: atingir as 500 equipas em 2019.

“O cadastro vai mesmo ser feito”, afirmou António Costa, no concelho de Oliveira do Hospital, na cerimónia de apresentação de 20 novas equipas de sapadores florestais, em que também foi assinalado o 10º aniversário da criação da primeira Zona de Intervenção Florestal (ZIF) do país, a ZIF do Alva e Alvoco. Segundo o primeiro-ministro, “há décadas que todos os governos têm medo de avançar com o cadastro”, mas o actual executivo está determinado a promover a sua realização.

Na apresentação das novas equipas de sapadores, o primeiro-ministro defendeu também que o trabalho das equipas de sapadores “é absolutamente essencial” para a protecção da floresta portuguesa, o que levou o Governo a “descongelar o programa” dos sapadores florestais, que estava parado desde 2009.

No discurso, Costa garantiu que reforçar a prevenção dos incêndios não significa reduzir a capacidade de combate, mas que é "essencial" o reforço destas equipas: "Não conheço um bombeiro que não anseie não ter de combater um incêndio. Não conheço um bombeiro que não queira diminir o risco", disse. Já antes, tinha citado o presidente da câmara de Oliveira do Hospital tentando passar a mesma ideia: "O senhore presidente da câmara disse algo que é politicamente incorrecto dizer, mas que é essencial que o país tenha consciência porque só com base na verdade podemos encarar o problema em conjunto: por melhor que esteja a floresta, não deixará de haver incêndios", disse.

“A chave é limpar a floresta a tempo e horas”, com os sapadores a fazerem esse trabalho durante o inverno e reforçarem a vigilância no verão, disse António Costa.

Ao mesmo tempo, o Governo, que conta com apoio de todos os partidos da esquerda parlamentar – PS, Bloco de Esquerda, PCP e Verdes – avançará com “uma grande reforma florestal” necessária “para o futuro do país”.

Independentemente de essa reforma “só produzir efeitos a médio prazo”, há razões “para não adiar mais aquilo que foi adiado”, acrescentou.

Para António Costa, importa que a floresta, em Portugal, “seja cada vez menos uma ameaça” para as populações, a economia e o ambiente.

Acompanhado pelo ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, e outros membros do Governo, António Costa preconizou, igualmente, um redobrado esforço na criação de novas ZIF no país.