Cem anos de Jean-Pierre Melville na Festa do Cinema Francês
Por ocasião do centenário do seu nascimento, o mestre francês Jean-Pierre Melville (1917-1973) é alvo de retrospectiva-homenagem na 18ª Festa.
Já há datas mas, acima de tudo, já há retrospectiva e promete ser imperdível: por ocasião do centenário do seu nascimento, o mestre francês Jean-Pierre Melville (1917-1973) é alvo de retrospectiva-homenagem na 18ª Festa do Cinema Francês. O habitual evento de divulgação da cinematografia gaulesa e francófona corre este ano de 5 de Outubro a 12 de Novembro em 12 cidades portuguesas – Lisboa, Almada, Cascais, Coimbra, Leiria e Porto em Outubro, Aveiro, Beja, Faro, Seixal, Viana do Castelo e Setúbal em Novembro. A Cinemateca Portuguesa vai ser o local da retrospectiva dedicada a Melville, cineasta cuja visão do cinema policial e do film noir deu a estes géneros cartas de nobreza do lado de cá do Atlântico, e influenciou estilistas contemporâneos tão diversos como Michael Mann, Quentin Tarantino (que chegou a chamar a O Denunciante o seu filme preferido) ou Takeshi Kitano.
Melville assinou apenas uma dúzia de filmes numa carreira de 30 anos, iniciada em 1947 com Le Silence de la mer, adaptação de uma novela de Vercors sobre a resistência francesa aos nazis durante a Segunda Guerra Mundial – o realizador, ele próprio resistente durante a guerra, realizaria em 1968 talvez o filme definitivo sobre a Resistência, O Exército das Sombras. Apenas um dos muitos clássicos ainda hoje aclamados da sua curta carreira, como Bob le flambeur (1955), Amor Proibido (1961), O Denunciante (1962), Ofício de Matar (1967), O Exército das Sombras (1969) e O Círculo Vermelho (1970).
A Festa volta também a contar com uma secção dedicada às escolhas da ACID – Associação para a Difusão do Cinema Independente, e receberá igualmente uma exposição de fotografia de Renaud Monfourny, repórter da revista Les Inrockuptibles. Mas ponha-se já Melville na agenda, para Outubro, na Cinemateca.