Trump acusa China de inacção e envia bombardeiros para a península coreana

O Presidente norte-americano diz estar “muito decepcionado” com Pequim, que acusa de nada fazer em relação à Coreia do Norte, que testou um novo míssil intercontinental na sexta-feira.

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Imagem cedida pelo governo dos EUA relativa às manobras aéreas sobre a península coreana em resposta ao míssil lançado pela Coreia do Norte LUSA/US AIR FORCE/STAFF SGT. JOSHUA SMOOT HANDOUT

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump acusou a China de inacção face à Coreia do Norte, após o ensaio de um novo míssil balístico intercontinental, considerando que Pequim poderia “facilmente resolver o problema”. Ainda em resposta ao teste norte-coreano, os Estados Unidos enviaram neste domingo bombardeiros estratégicos B-1B para a península coreana, informou o ministro da Defesa do Japão, que participou nas manobras aéreas.

“Estou muito decepcionado com a China. Os nossos anteriores líderes, ingénuos, permitiram-lhes fazer centenas de milhares de milhões de dólares por ano em comércio. No entanto, não fazem nada por nós em relação à Coreia do Norte”, escreveu na rede social Twitter. “Não permitiremos que isto continue. A China poderia facilmente resolver este problema!”, acrescentou.

Trump condenou na sexta-feira o ensaio pela Coreia do Norte de um novo míssil balístico intercontinental que terá capacidade de alcançar vários locais no território continente dos EUA, e garantiu que vai tomar “todas as medidas necessárias” para proteger o seu país e os aliados na região.

O míssil lançado pela Coreia do Norte, o segundo deste tipo em menos de um mês, é “a mais recente acção imprudente e perigosa” do regime de Pyongyang, criticou Trump, num comunicado divulgado pela Casa Branca. “Ao ameaçar o mundo, estas armas e testes isolam ainda mais a Coreia do Norte, enfraquecem a sua economia e sacrificam o seu povo”, destacou Trump.

O Hwasong-14 voou 998 quilómetros durante 47 minutos e alcançou uma altitude máxima de 3725 quilómetros antes de cair no mar do Japão, segundo os media estatais norte-coreanos, uma informação que corresponde aos dados do exército sul-coreano. A Coreia do Norte considerou o teste um êxito e garantiu que pode alcançar qualquer parte dos Estados Unidos.

Washington envia bombardeiros

Entretanto, os EUA enviaram aviões bombardeiros B-1B para a península coreana, no âmbito de exercícios conjuntos com a aviação nipónica, segundo confirmou em conferência de imprensa o novo ministro da Defesa japonês, Fumio Kishida.

Não é a primeira vez que o Pentágono decide destacar estes aviões, estacionados na sua base aérea de Andersen, na ilha de Guam, numa demonstração de força militar, em resposta ao que considera provocações norte-coreanas.

As aeronaves já tinham sido enviadas para as imediações da península coreana após o primeiro míssil intercontinental, lançado a 4 de Julho, e em finais de Maio, depois de Pyongyang disparar um projéctil de curto alcance. Depois deste teste, Trump garantiu que estava a preparar “coisas bastante severas” como resposta à Coreia do Norte, apesar de o seu secretário para a Defesa, James Mattis, ter dito que actualmente não via motivos para ir “para a guerra” com o país.

Washington também destacou os bombardeiros a 20 de Junho, após o anúncio da morte do estudante norte-americano Otto Warmbier, que morreu depois de ser devolvido aos Estados Unidos em coma, após 17 meses detido na Coreia do Norte.