Em resposta aos abusos sexuais, festival sueco deixa os homens à porta
Anunciada organização de festival de Verão só para mulheres, depois de uma vaga de crimes sexuais ter levado ao cancelamento de outro evento.
"O que acham de se organizar um festival de música em que só os homem não são bem-vindos?". A pergunta feita través da rede social Twitter pela humorista sueca de 29 anos Emma Knychare encontrou resposta positiva depois de um dos maiores festivais de Verão da Suécia, o Bravalla, ter cancelado a edição de 2018 devido a uma vaga de crimes sexuais durante o evento - 233 casos de assédio e quatro violações. Agora, Knychare anuncia a organização de um festival "livre de homens", só para mulheres, para que estas se possam sentir seguras.
A humorista e locutora de rádio argumentou em declarações ao jornal sueco Aftonbladet, citado pela BBC, que "como parece normal a discriminação contra mulheres, talvez também seja razoável excluir os homens" do evento.
Knychare recusa acusações de discriminação e afirma que o festival permanecerá fechado aos homens "até que estes aprendam a comportar-se".
O problema dos abusos sexuais em festivais de Verão na Suécia não é novo. Em 2016, o primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, prometeu endurecer as leis contra abusos sexuais no país, depois de outra vaga de crimes em festivais semelhante à que se assiste este ano.
Para lá das fronteiras suecas, a ideia de espaços exclusivos para mulheres em festivais de música não é inédita. No ano passado, o festival de Glastonbury, em Inglaterra, criou "The Sisterhood", uma área dedicada "a todos os que se identifiquem como mulheres". Já o festival Eletric Forest, no Michigan, Estados Unidos, criou uma área de campismo exclusiva para mulheres.