Parlamento aprova iniciativas para reforço dos direitos das mulheres grávidas
Uma das propostas pede que o SNS volte a ter partos na água.
O Parlamento aprovou nesta sexta-feira, na generalidade, seis iniciativas legislativas do PAN, PEV e PCP para que os direitos das mulheres na gravidez e no parto sejam reforçados e seja disponibilizado o parto na água no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O projecto de lei do PAN que garante a assistência parental ao parto foi aprovado na generalidade com os votos a favor de PS e PAN e a abstenção das restantes bancadas, baixando agora à nona comissão parlamentar.
Neste diploma, o PAN propõe uma alteração à lei no que diz respeito ao direito do pai estar presente no parto do seu filho sem ser considerado um acompanhante, estando em causa os direitos do pai poder acompanhar o nascimento do seu filho e o da mulher de ser apoiada no parto. Na Assembleia da República está em apreciação uma petição sobre este tema, intitulada "Pelo direito a que o pai não seja contabilizado como acompanhante no parto".
Já o projecto de resolução no qual o PAN recomenda ao Governo que actue no sentido de assegurar o cumprimento dos direitos das mulheres na gravidez e no parto foi aprovado apenas com a abstenção do PCP e os votos favoráveis das restantes bancadas.
A terceira iniciativa do PAN sobre esta temática foi um projecto de resolução, no qual se recomenda ao executivo a disponibilização de parto na água no SNS, proposta que foi aprovada com a abstenção de PSD, PCP e CDS-PP, tendo os deputados do PSD Bruno Coimbra e Pedro Pimpão apresentado uma declaração de voto por estarem de acordo com esta iniciativa. Os partos na água deixaram de ser feitos depois de, em 2014, a Ordem dos Médicos ter feito um parecer em que desaconselha esta prática.
Também sobre esta matéria, o PEV viu aprovado - com a abstenção do PSD - o seu projecto de resolução para que seja criado um projecto-piloto em dois hospitais públicos (um no norte e outro no sul) que permita a experiência de prática do parto em meio aquático, com o consentimento informado das grávidas e "em condições de segurança, com equipas médicas e de enfermagem especializadas".
Também pela mão do PEV foi aprovado - com a abstenção dos dois partidos da direita - um projecto de lei que defende o reforço dos "direitos da mulher grávida durante o parto e da mulher puérpera após o internamento", que baixa agora à nona comissão.
Já PCP teve luz verde ao seu projecto de resolução que propõe o reforço as medidas de acompanhamento da grávida e puérpera no SNS, com os votos contra do PSD e do CDS-PP.