Nações asiáticas dizem-se empenhadas em combater a poluição nos oceanos
Estima-se que existam cerca de oito mil toneladas de plástico nos oceanos. De acordo com um estudo, 40% desses resíduos encontram-se junto das nações asiáticas.
No decorrer da Conferência Mundial do Oceano, organizada pelas Nações Unidas em Nova Iorque, representantes da China, Tailândia, Indonésia e Filipinas comprometeram-se em manter os resíduos de plástico longe dos oceanos.
Li Shanqing, director da Administração do Oceano do estado chinês, anunciou que o seu país está “disposto a trabalhar activamente” com outas nações e organizações de forma a estabelecer parcerias benéficas para o oceano.
Shanqing afirmou que o país vai adoptar medidas para a protecção das áreas marinhas da região, criando “áreas de linha vermelha”. Esta medida irá abranger “as importantes áreas ecológicas marinhas”, bem como “as zonas mais frágeis”, avança a agência Xinhua. Nestes locais, as actividades humanas vão ser “estritamente controladas”.
Li Shanqing apelou ainda à comunidade internacional para a criação de uma “economia azul” com o objectivo de promover “um círculo virtuoso de desenvolvimento marítimo”.
Num relatório do Governo tailandês enviado às Nações Unidas, o país garante que a maioria dos resíduos plásticos existentes na Tailândia são causados pelo controlo ineficiente dos resíduos.
De acordo com a BBC, o Governo da Tailândia estabeleceu uma estratégia de 20 anos para combater este tipo de poluição. Esse plano visa criar incentivos financeiros para tentar evitar o despejo de resíduos plásticos no mar. Segundo esse relatório, o Governo pretende também incentivar a utilização de embalagens biodegradáveis no país de forma a substituir as de plástico.
Segundo o mesmo site de notícias, a Indonésia iniciou um programa para educar os jovens para este problema. Já nas Filipinas, vão ser implementadas leis para atenuar a situação.
"As nações estão a levar o oceano mais a sério"
Durante a conferência, que decorre até sexta-feira, o director do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP na sigla inglesa), Eric Solheim, declarou que “existem vários sinais encorajadores de que as nações estão a levar o oceano mais a sério”. Contudo, Solheim garante que o caminho a percorrer “é longo” pois “os problemas são enormes”.
Tom Dillon, vice-Presidente da organização sem fins lucrativos Pew Charitable Trusts, afirmou que, durante vários anos, “a rota marítima da seda foi um caminho para a exportação da cultura e influência chinesa”. Mas hoje, será “o oceano um veículo para o transporte da poluição chinesa ou de uma nova cultura de conservação e sustentabilidade?”, questionou.
Estima-se que, ao longo de um ano, cerca de oito mil toneladas de resíduos plásticos cheguem ao oceano. De acordo com um estudo realizado em 2015 pela associação ambiental Ocean Conservancy, cerca de 40% desses resíduos provêm de mares e rios de nações asiáticas.
A Conferência do Oceano - que coincide com a celebração do dia mundial dos oceanos, nesta quinta-feira - pretende alertar as nações para a poluição das águas, a pesca excessiva e para a papel que os oceanos têm no clima e como as actividades humanas o podem alterar.
Neste encontro que reune 193 países, as Nações Unidas esperam implementar o ponto 14 do Programa de Desenvolvimento Sustentável, que visa preservar a sustentabilidade dos oceanos e dos recursos marinhos.