Carta armadilhada fere Lucas Papademos, ex-primeiro-ministro grego
Engenho explosivo escondido num envelope rebentou quando Papademos seguia no carro.
O antigo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, ficou ferido em Atenas depois de um engenho explosivo, escondido num envelope, ter rebentado no interior do seu carro.“O Sr. Papademos e o seu motorista foram transportados para o hospital”, disse à Reuters uma fonte policial.
Segundo o jornal Ekathimerini, Papademos sofreu ferimentos nas mãos e nas pernas mas não corre perigo de vida, tal como o motorista, que não foi identificado. "Os médicos estão mais preocupados com a sua visão", deu conta fonte policial à Reuters.
A explosão ocorreu depois de o político e economista ter aberto a carta armadilhada. No veículo estava ainda outra pessoa para além do motorista e o antigo primeiro-ministro, sendo que todas as vítimas estão "estáveis e conscientes", informou a equipa médica do hospital Evangelismos ao Ekathimerini.
Depois de visitar os feridos na unidade hospitalar, o porta-voz do Governo helénico, Dimitris Tzanakopoulos, garantiu aos jornalistas que o executivo "condena inequivocamente" o ataque desta quinta-feira.
O actual primeiro-ministro, Alexis Tsipras, que se encontra na cimeira da NATO em Bruxelas, tem sido informado de todos os desenvolvimentos, diz a agência ANA.
Papademos foi nomeado primeiro-ministro em Novembro de 2011, no meio de uma profunda crise política e económica na Grécia, tendo permanecido no cargo até Maio de 2012. Antes, entre 2002 e 2010, foi vice-presidente do Banco Central Europeu. De 1994 a 2002 foi governador do banco central grego.
No passado mês de Março uma carta-bomba explodiu nos escritórios do Fundo Monetário Internacional em Paris. A polícia francesa avançou que o incidente foi provocado por um engenho de fabrico caseiro colocado numa carta, que provocou ferimentos numa secretária da organização. Antes, uma embalagem suspeita encontrada no Ministério das Finanças Alemão, em Berlim, continha explosivos. O pacote foi encontrado na área de recepção de correspondência e teria como destinatário Wolfgang Schäuble.
O grupo anarquista de extrema-esquerda grego que se intitula como Conspiração das Células de Fogo, reivindicou a autoria de ambos os incidentes.
Alguns dias depois, a polícia grega anunciou a localização de oito cartas “suspeitas” semelhantes às bombas enviadas na semana passada por um grupo militante nacional para instituições económicas importantes.
As cartas, destinadas a “funcionários de países europeus”, foram localizadas no principal centro de triagem do serviço de correios grego no Norte de Atenas, acrescentou, na altura, a polícia.