Coligação com PPM e MPT em Lisboa criticada no CDS

Aliança na capital é uma das que serão apreciadas esta noite pelos conselheiros nacionais do CDS.

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Assunção Cristas no Bairro da Cruz Vermelha, em Novembro NUNO FERREIRA SANTOS

A coligação do CDS com o Partido Popular Monárquico (PPM) e Movimento Partido da Terra (MPT) para as autárquicas em Lisboa não foi pacífica: Pedro Pestana Bastos, que é da comissão política de Assunção Cristas, manifestou-se contra esta aliança na passada semana numa reunião da concelhia e já o expressou também no Facebook. Outros centristas, que não quiseram ser identificados, apontam como exagerados os lugares concedidos aos dois partidos na coligação. Os termos da coligação vieram apimentar ainda mais as polémicas declarações de Gonçalo da Câmara Pereira, vice-presidente do PPM, no domingo, sobre o uso de “calças” da líder do CDS.

Então, Assunção Cristas não quis revelar aos jornalistas os termos do acordo assinado com os dois partidos, mas ao que o PÚBLICO apurou o PPM terá o terceiro lugar e o MPT a quarta posição da lista à Assembleia Municipal. Fontes contactadas pelo CDS consideraram exagerados os lugares cedidos no acordo tendo em conta a representatividade dos partidos em causa.

Pedro Pestana Bastos foi a voz crítica sobre a coligação do CDS com o PPM e MPT, que foi proposta na passada quarta-feira pelo líder da concelhia de Lisboa, Diogo Moura. O centrista considera que esta aliança “não traz um voto” à candidatura protagonizada por Assunção Cristas que é de “afirmação de uma líder de um partido”. Numa nota no Facebook, Pedro Pestana Bastos considerou que, “se no passado MPT e PPM foram partidos relevantes em Lisboa, com ideias e protagonistas válidos, hoje são partidos sem projecto que se prestam a ser barrigas de aluguer em troca de uns lugares de deputados municipais Hoje com Assunção, ontem com Marinho e Pinto, amanhã logo se vê”. O centrista elogia, no entanto, o “bom projecto” que a líder do CDS está a preparar para Lisboa.

A nota foi publicada esta segunda-feira, já depois do acordo assinado, e depois das declarações de Câmara Pereira que caíram mal no CDS. O vice-presidente do PPM aludiu à condição de mulher da líder do CDS. “Como mulher, a dra. Assunção Cristas sabe bem que, para se trabalhar, não se pode usar espartilho nem a saia travada. A saia tem de ser larga e, se necessário, vestir calças, calças que ultimamente não se sabe onde andam, custam a ver”, afirmou Gonçalo da Câmara Pereira.

Nessa mesma ocasião, Assunção Cristas disse que tem “calçado botas e calças de ganga muitas vezes, para estar nos bairros sociais junto das pessoas que não conhecem visitas por parte do executivo camarário, exceptuando da polícia quando é para os pôr fora das suas casas”. As declarações da líder do CDS estão a ser satirizadas nas redes sociais.

Esta coligação em Lisboa é uma das que será apreciada na reunião do Conselho Nacional, marcada para esta quarta-feira à noite, na sede do CDS em Lisboa.

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