Moreira confiante que mercado temporário do Bolhão abrirá em Setembro

A planta já está definida, mas ainda falta preencher o espaço que vai acolher os comerciantes do Mercado do Bolhão durante dois anos.

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Rui Moreira entrou no mercado provisório lado a lado com duas comerciantes. Adriano Miranda
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Rui Moreira entrou no mercado provisório lado a lado com duas comerciantes. Adriano Miranda
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O espaço ainda não está pronto. A mobília que vai ser colocada não vai sair depois das obras. Adriano Miranda
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Antes de seguir para o mercado provisório, Rui Moreira encontrou-se com os comerciantes no mercado do Bolhão. Adriano Miranda
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Antes de seguir para o mercado provisório, Rui Moreira encontrou-se com os comerciantes no mercado do Bolhão. Adriano Miranda

O mercado temporário para os comerciantes do Bolhão está planeado para arrancar em Setembro e o presidente da câmara, Rui Moreira, insiste neste calendário. Numa visita que fez ao espaço nesta quarta-feira, o autarca levou duas comerciantes que gostaram do que viram. Mas no Bolhão há várias vozes ainda contrariadas. 

É no piso -1 do centro comercial La Vie, o antigo Gran Plaza, na rua de Fernandes Tomás, que os comerciantes vão passar a exercer as suas actividades durante os dois anos de obras do mercado do Bolhão.

Rui Moreira fez questão de “entrar com o pé direito” no espaço. O que se vê ainda é pouco: a mobília não está colocada, a iluminação ainda não está pronta, mas a planta já foi apresentada. A área vai ter bancas novas que não vão sair de lá quando as obras terminarem.

Para cada canto há uma actividade diferente: dos talhos às peixarias, passando pelas hortofrutícolas e flores e os cafés e restaurantes. Há também uma zona para cargas e descargas, monta-cargas e duas entradas para o local. Se o piso -1 vai ter grande parte da actividade, o piso 0 vai ter as floristas e o piso 2 servirá para os resíduos. “Há aqui capacidade para colocar todos os comerciantes”, explica o autarca.

Com ele vêm duas comerciantes que estão no Bolhão desde que se lembram. O negócio vem de família e dizem estar satisfeitas com aquilo que viram. “Este aqui caiu que nem uma luva”, diz Ermelinda Lopes, que está no mercado do peixe desde pequena. Ao PÚBLICO, a comerciante afirma que as condições são as ideais. “Eu acho que isto é muito acolhedor para nós recebermos os clientes. Para mim está óptimo e para as outras colegas também tem que estar óptimo porque nós temos que nos remediar face às circunstâncias”, sublinha.

O presidente da câmara pediu às vendedoras para ajudarem a “passar a palavra” aos clientes sobre o mercado temporário, mas também prometeu uma campanha de promoção à medida. Depois das obras, o novo mercado do Bolhão vai continuar a ser tradicional e de frescos, com espaço para os antigos e para os que se querem lá instalar, desde que integrem as áreas que estão definidas.

Se as duas comerciantes que acompanharam Rui Moreira estavam satisfeitas, o cenário não é o mesmo a 200 passos atrás, no Mercado do Bolhão. Ana Cardoso continua a vender legumes e frutas, ao mesmo tempo que se prepara para a mudança. Tal como muitos dos vendedores, não aprova a solução encontrada para acolher o mercado. “Nós queríamos outra alternativa, não nos dão, que remédio, agora temos de ir para lá”, considera.

Ainda não viu o espaço, mas diz ser muito fechado para quem está habituado ao que é o Bolhão. “Não sei se vai ser bom ou mau”, afirma.

Rui Moreira relembra que a transferência dos comerciantes para um novo espaço era inevitável, independentemente do local escolhido. “O Mercado do Bolhão é muito desconfortável, quer para os comerciantes, quer para os clientes. Pensar que se podia fazer obras com os comerciantes lá dentro era absolutamente impensável”, acrescenta.

Texto editado por Ana Fernandes 

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