Comerciantes do Bolhão podem não sair no segundo trimestre
Estava previsto que as obras no mercado temporário avançassem no primeiro trimestre de 2017, mas concurso para a empreitada só foi lançado na sexta-feira
Os comerciantes do Mercado do Bolhão ainda não sabem quando terão que abandonar o edifício, para ocuparem o mercado temporário que irá ser instalado no centro comercial La Vie, mas vários vendedores garantiram ao PÚBLICO que fontes ligadas ao processo já lhes disseram que antes de Setembro não devem sair. A previsão de transferência para o La Vie era o segundo trimestre deste ano. A Câmara do Porto não assume que haja qualquer atraso.
Quando, em Julho do ano passado, os vereadores foram convocados para uma reunião extraordinária dedicada ao Bolhão, apontava-se o primeiro trimestre de 2017 como o período dedicado à transformação do piso -1 do La Vie no espaço que iria receber os comerciantes, cuja previsão de chegada ao local se situava no segundo trimestre. Contudo, o primeiro trimestre passou sem que houvesse qualquer obra e só na passada sexta-feira é que foi lançado o concurso para a empreitada de obras do Mercado Temporário do Bolhão.
De acordo com o anúncio do concurso, publicado em Diário da República a 31 de Março, os interessados têm, desde aquela data, 21 dias para apresentar as suas propostas e, depois da decisão do júri, terão 60 dias para realizar a obra, que apresenta um preço base de 920 mil euros.
Estes prazos – que devem incluir ainda o período para que o júri decida – atirariam, se não houvesse qualquer atraso no procedimento, as obras precisamente para o final de Junho. Questionada pelo PÚBLICO, fonte da assessoria de imprensa da autarquia afirma que, para já, “não há incompatibilidade” entre a previsão apresentada em Julho passado e a situação actual. “Não alteramos para já qualquer calendarização que tenha sido anunciada. Neste momento não há atrasos de maior”, disse.
Contudo, a mesma fonte garante que Rui Moreira e o seu executivo “não se comprometem com prazos, havendo concursos públicos pelo meio”, garantindo que o que tinha sido apresentado era “o calendário desejável”. “A cumprirem-se os prazos, assim será. Se houver um deslizamento dos prazos, há um deslizamento”, disse.
Os comerciantes do interior do Mercado do Bolhão que aceitaram continuar no espaço depois da sua reabilitação vão instalar-se pelo prazo mínimo de 20 meses num dos pisos do centro comercial La Vie, que irá ser adaptado para este fim.