Foi a primeira vez que o antigo  Presidente brasileiro marcou presença perante a Justiça federal do Brasil na sequência da Operação Lava-Jato. Lula da Silva foi ouvido esta quarta-feira, na capital do estado do Paraná, Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo, que arrancou em 2014, e negou ter recebido um apartamento de luxo da empreiteira OAS para favorecer interesses ilícitos da construtora em contratos com a Petrobras.

Os investigadores do Ministério Público Federal acusam o antigo Presidente, e líder histórico do Partido dos Trabalhadores, de ter recebido mais de um milhão de euros por um apartamento de luxo do grupo OAS. A defesa de Lula da Silva alega que o apartamento não está em seu nome e que este recusou a compra de uma propriedade da empreiteira.

Numa iniciativa organizada pelos seus eleitores, a que Lula compareceu depois do interrogatório, o antigo Presidente negou as acusações e disse estar a ser alvo de perseguição política. “Eu não solicitei, não recebi, não paguei nenhum triplex”, assegurou.

Ainda não há prazo para a conclusão da audiência. A defesa e a acusação devem agora juntar-se para outros processos ligados à Operação Lava-Jato, antes do juiz declarar a sentença.

O antigo chefe de Estado brasileiro confirmou ainda junto dos seus apoiantes estar a preparar-se para uma nova candidatura às eleições presidenciais do Brasil em 2018. "Eu estou vivo e preparo-me para voltar a ser candidato à presidência deste país. Eu nunca tive tanta vontade como tenho agora. Vontade de fazer mais, vontade de fazer melhor e provar mais uma vez que se a elite brasileira não tem competência para consertar este país. Um metalúrgico vai provar que é possível", concluiu.