Senadora amamenta filha durante debate porque "as mulheres têm lugar no Parlamento"

Larissa Waters, senadora ecologista australiana, faz história ao ser a primeira mulher a amamentar no Parlamento do país.

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LUSA/MICK TSIKAS

Larissa Waters tornou-se, na terça-feira, na primeira parlamentar australiana a amamentar durante uma sessão do órgão legislativo do país. A senadora ecologista, mãe de Alia Joy, de dois meses, acaba de regressa de licença de maternidade. A lei já o permitia desde 2016, mas nenhuma senadora ou deputada o tinha feito. 

Em 2015, quando até a presença de crianças no Parlamento era proibida, uma ministra australiana chegou a ser aconselhada a tirar extrair leite para não ter de perder as sessões de debate.

Apesar de considerar hoje a amamentação em público acto absolutamente normal, Waters assume o propósito político. “Se queremos mulheres mais novas no Parlamento, temos de criar regras mais amigáveis para as famílias, permitindo criar um equilíbrio entre os deveres parlamentais e parentais", tinha dito em Novembro.

“Tenho muito orgulho na minha filha Alia por ser o primeiro bebé a ser amamentado no Parlamento”, disse entretanto no Twitter, reforçando a ideia de que são necessárias mais mulheres no órgão legislativo. 

Em declarações à BBC, a senadora trabalhista Katy Gallagher afirmou que a conciliação de todos os aspectos da maternidade com a política e com o trabalho "é uma realidade que temos de aceitar".

"As mulheres vão continuar a ter filhos e vão querer continuar a fazer o seu trabalho", disse.

O debate australiano encontra paralelos noutros países. No ano passado, uma deputada islandesa foi notíca por amamentar a filha enquanto discursava no Parlamento. Em Espanha, porém, uma deputada do Podemos, Carolina Bescansa, foi criticada por fazer o mesmo.

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