Jorge Fernando celebra uma carreira com mais de 800 músicas e letras
Concerto no MEO Arena em Lisboa junta esta quinta-feira Jorge Fernando a Ana Moura, Camané, Fábia Rebordão, Agir, Expensive Soul, José Gonçalez, Sam The Kid, Virgul e Dino D’Santiago
Em Março de 2010, no São Jorge e por causa de um disco, ele já fizera uma viagem pela sua vida. Agora, a pretexto de celebrar 40 anos de carreira, Jorge Fernando vai juntar-se esta quinta-feira a outros cantores e músicos no MEO Arena (às 21h30), num concerto que tem igualmente fins de beneficência. Aliás, o próprio título (Concerto por um Novo Futuro) o indica, já que se refere à Associação Novo Futuro. O concerto, diz Jorge Fernando, “visa angariar fundos para uma instituição que cuida de crianças dos 3 aos 21 anos, com casos difíceis, traumas pesados. Todos nós estamos orgulhosos por podermos participar activamente na ajuda a uma instituição destas.” A ideia terá sido do cantor José Gonçález, que depois foi levada à prática por Luis Montez, da Música no Coração.
Já o subtítulo do concerto refere “uma homenagem às Canções de Jorge Fernando”. Que são muitas, como ele próprio diz. “Na SPA tenho 800 e tal temas, entre letras e músicas, gravados por mim e por outras pessoas.” E destas pessoas deu Jorge Fernando uma lista extensa a Luís Montez, para que a partir dela se pudesse montar o espectáculo. Ficaram, no final, além do próprio Jorge Fernando, Ana Moura, Agir, Camané, Expensive Soul, Fábia Rebordão, José Gonçalez, Sam The Kid, Virgul e Dino D’Santiago. “Há nomes que não estão e eu gostaria que estivessem”, diz Jorge Fernando. “Como o Ricardo Ribeiro, a Maria da Fé, a Celeste Rodrigues, a Lenita Gentil… A Mariza e o Rui Veloso disseram logo que participariam, mas não podem. Infelizmente não podem estar todos.”
Ligações múltiplas
A ideia é cantarem, com Jorge Fernando, os temas que gravaram com ele. Como é que ele os vê, um a um? Façamos o teste. Ana Moura? “Estou no início da carreira dela, fiz os seus quatro primeiros discos, gravámos um dueto juntos. A Ana é uma parte importante da minha vida, porque desde logo percebi aonde ela podia chegar e, felizmente, chegou.”
De Camané, diz: “É um longo caminho já percorrido, sou um grande fã dele. Gravou um tema meu, eu gravei viola num disco dele produzido pelo José Mário Branco. Temos uma grande ligação, somos realmente amigos.” Fábia Rebordão: “Fiz o primeiro disco dela, há uns anos, e participei agora no novo disco, Eu. Fui buscar o New Max, dos Expensive, o irmão dele, Hugo Novo, e fizemos um single que está a puxar a carreira dela para cima, inclusive fá-la estar nomeada para um Globo de Ouro na categoria de melhor intérprete.”
Expensive Soul? “Chegaram à minha vida através de um dueto no meu último disco e daí para cá ficámos família.” Agir é mais recente: “Chegou agora à minha vida. Trabalhámos juntos neste primeiro single, Lobisomem. Vai cantar um tema comigo que é Rumo ao Sul, e espero vir a fazê-lo inclusivamente em disco.” Já o alentejano José Gonçález é uma ligação mais antiga: “Tem uma quantidade de discos gravados e não há nenhum sem ter coisas minhas. Esta ligação de tantos anos também vai estar presente no palco.”
Novo disco em Setembro
Sam The Kid foi, para Jorge Fernando, uma descoberta. “Lembro-me de o ouvir na rádio e dizer: Meu Deus, o que este rapaz escreve! Chegámos à fala e fizemos um rap-fado juntos. Foi um ponto de viragem, porque foi mesmo uma mistura, não foi fazer um rap e chamar um fadista para cantar ou coisa do género, tem mesmo as duas partes.” Virgul e Dino D’ Santiago chegaram à música de Jorge por via do apelo das vozes: “Fazem parte do meu último single, Desespero, gravado quando eles trabalhavam juntos nos Nu Soul Family. Aí está uma dupla da qual eu não penso separar-me tão depressa”, diz.
Se o futuro deste concerto é uma associação de acolhimento, o futuro de Jorge Fernando passa por um novo disco. “Estou a preparar um disco de originais. Já gravei um tema com o António Zambujo, de quem sou grande fã (infelizmente não pode estar presente neste concerto, mas gostaria de estar), e depois verei o que poderei fazer ainda. Deverá sair em Setembro, possivelmente.” E assim vão os fados de Jorge, e já são tantos.