BE e PCP evitam assumir preferência por um dos candidatos franceses

Os dois partidos criticam ferozmente Le Pen, mas também Macron.

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Macron é agora o candidato pró-europa favorito do PS português. E também do PSD. Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

Entre os partidos à esquerda, o PS foi o mais claro na rejeição de uma vitória eleitoral da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, na segunda volta das presidenciais francesas, deixando implícita uma preferência por Emmanuele Macron. Tanto BE como PCP são críticos ferozes dos dois candidatos e não fazem sugestões de voto.

A demarcação da candidata da Frente Nacional foi feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, logo quando foram conhecidas as primeiras projecções na noite de domingo. “Evidente que esperamos, como membros da União Europeia, que não ganhe a eleição presidencial uma candidata que defende a saída imediata da França da União Europeia", disse Santos Silva.

A passagem à segunda volta da candidata de extrema-direita e a de um candidato apoiado por um movimento independente, que é um defensor da Europa, desagradou a BE e PCP. Em comunicado, os bloquistas qualificam Macron como um “híbrido gaullista-socialista” que quando passou pelo ministério francês da Economia “revelou a agressividade do seu programa liberalizador e anti-laboral”. A saudação do BE vai para Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda derrotado, por ter um programa “abertamente anti-racista e de defesa dos imigrantes, comprometido com o Estado social e em confronto com os tratados europeus e com a regras do euro”. O BE não faz qualquer sugestão de voto, referindo apenas que “os eleitores da esquerda quiseram derrotar as ideias de Marine Le Pen na primeira volta e saberão contribuir para a derrotar na segunda volta”.

Na leitura do PCP, os resultados de domingo “expressam uma derrota dos partidos que foram responsáveis pela execução das políticas e orientações da União Europeia e dos interesses do grande capital em França”. Os comunistas não poupam Le Pen, por ser uma “candidata xenófoba de extrema-direita”, nem Macron, um candidato “ultra-liberal ligado aos interesses do capital financeiro e empenhado no reforço da União Europeia”.

Questionado pelo PÚBLICO sobre se o partido faria uma sugestão de voto nas presidenciais francesas, o gabinete de imprensa do PCP remete essa decisão para o povo francês. Relativamente à posição assumida pelo Governo português, a mesma nota condena a “instrumentalização” que Marine Le Pen “faz de valores como os da soberania para procurar impor no seu país a agenda de exploração, empobrecimento e liquidação de direitos”. Uma agenda que a candidata “perfilha com a União Europeia ainda que dizendo combatê-la”, segundo o gabinete de imprensa do PCP. 

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