Setúbal foi, no primeiro trimestre de 2017, o distrito do país em que a GNR registou mais queixas por crimes contra os animais de estimação: das 130 denúncias de maus tratos apresentadas a nível nacional neste período 32 foram feitas em Setúbal, distrito donde vieram também 12 das 59 denúncias por abandono.

Foi igualmente aqui que sucedeu o caso, noticiado neste sexta-feira pelo PÚBLICO, do homem condenado por ter enterrado uma cadela viva relatado no texto ao lado. Uma coincidência que, segundo Cristina Rodrigues, da comissão política permanente do PAN – Partido Pessoas-Animais-Natureza, pode explicar-se pela colaboração que o Ministério Público e a GNR encetaram neste distrito, criando uma dinâmica que tem permitido identificar mais potenciais crimes do que noutras zonas do país.

Nem o Ministério da Justiça nem a Procuradoria-Geral da República conseguem neste momento fornecer quaisquer estatísticas sobre condenações em tribunal por maus tratos ou abandono. Segundo o mais recente Relatório Anual de Segurança Interna, em 2016 foram contabilizadas em todo o país 1623 queixas às autoridades relativas a estes crimes, o que constitui um acréscimo de 22% em relação às denúncias registadas no ano anterior.