Um combate de 163 milhões de euros que cruza dois mundos
Mayweather contra McGregor é um evento que está perto de ser confirmado. São dois desportos que se “fundem” num negócio milionário.
O tema tem agitado os bastidores do universo das lutas nos últimos meses e a verdade é que, aquilo que foi muitas vezes encarado como ficção, está verdadeiramente perto de ver a luz o dia. Não será o combate do século, mas tudo indica que será o mais lucrativo. E um dos mais improváveis: Conor McGregor, estrela maior do MMA (Artes Marciais Mistas) contra Floyd Mayweather, o pugilista mais dominador dos últimos largos anos e hoje retirado dos ringues. O acordo com os dois, garante um dos promotores do evento, está ao virar da esquina.
Ainda não há palco nem data, mas a intersecção entre os mundos das artes marciais e do boxe já deixou de ser uma miragem. Dois grandes atletas, dois egos a condizer e a vontade, aparentemente comum, de provar que a sua autoridade não pode ser questionada. “Acho que fechamos o lado do McGregor nos próximos dias. Depois, fecho-me numa sala com o Team Mayweather e veremos o que podemos fazer. Depende de o quanto esta luta vender”, explica Dana White, presidente do Ultimate Fighting Championship (UFC), a divisão de elite do MMA.
Certo é que os números têm crescido de forma significativa. O que começou com uma oferta de 25 milhões de dólares, que não terá provocado mais do que um sorriso irónico a Mayweather (dono de uma fortuna que não se coíbe de exibir), transformou-se recentemente em 100 milhões para o norte-americano e em 75 milhões para o irlandês, perfazendo um total de 175 milhões de dólares (163 milhões de euros).
A entravar o processo tem estado a irredutibilidade dos lutadores em receberem a maior fatia do bolo. Mas McGregor, o “desafiante”, já deu sinais de que poderá ceder para que o combate se realize tão rapidamente quanto possível. “Como é que o vosso estômago está a reagir a esses 75 milhões? Serão, na verdade, 100 milhões se não formos pelos números mais conservadores que o combate vai gerar. E isso nem sequer inclui patrocínios e outras parcerias de negócio”, anotou ontem, no Instagram, o detentor de 21 vitórias em 24 entradas no octógono.
Do ponto de vista competitivo, há quem olhe para este frente a frente como quase uma anedota, já que a experiência de McGregor no boxe é reduzida face ao valor do adversário que pendurou as luvas em 2015. Mas o apelo comercial de juntar duas lendas do desporto de combate parece falar mais alto. “Se me perguntarem se esta luta faz sentido para mim? Não, mas o Conor quer muito que aconteça e eu já disse muitas vezes que ele salvou alguns combates que eram importantes para nós, por isso, estou a tratar do assunto”, acrescentou White.