É o fim do mundo como The Leftovers o conhecem
Dois por cento da população mundial desaparece sem explicações – assim começou a série de Damon Lindelof que agora chega à terceira e última temporada no TVSéries. Sem garantias de resolver o mistério.
Damon Lindelof não quer voltar a fazer promessas que não pode cumprir. Aprendeu da maneira mais dura com o fim de Perdidos. Por isso, avisou logo à partida que a sua dolorosa e inventiva série The Leftovers vai chegar ao fim sem que se saiba o motivo do seu desencadeador de acção – o momento em que 2% da população humana desaparece repentinamente. O fim está agora mesmo próximo e, calcule-se, o apocalipse também.
Co-criador de Perdidos e do seu mistério em espiral que desembocou num final quase unanimemente pouco satisfatório, Lindelof é também o co-criador de The Leftovers, os que ficaram. Tom Perotta escreveu o livro homónimo, Lindelof decidiu torná-lo numa pungente série que pouca atenção chamou na primeira temporada na HBO. À segunda temporada cresceu em qualidade e em conversas de críticos e fãs e a terceira, e última, anuncia-se com estreia mundial este domingo, na HBO e em Portugal na sua casa TVSéries.
The Leftovers, protagonizada por Justin Theroux (Kevin Garvey), tem a sua mitologia embora Lindelof ache que não. Há cidades que escaparam à ceifa de tantas vidas, há grupos que reagem de formas diferentes à ausência dos seus entes queridos ou de uma explicação para o sucedido (os fumadores compulsivos são uma das imagens mais fortes da primeira temporada). A série, disse recentemente o seu criador, um homem que não gosta de binging, o acto hoje tão corriqueiro de ver séries de enfiada (e o disse numa carta aos críticos quando lhes deu a ver esta terceira temporada e lhes pediu para não o fazerem), “joga segundo as suas próprias regras e continuará a fazê-lo”.
Prontos para o fim e para mais um aniversário do dia fatídico em que o planeta mudou, Christopher Eccleston (o reverendo Matt Jamison) ou Liv Tyler (Megan Abbott), entre outras personagens, viverão o que Damon Lindelof quer que seja “não um epílogo, mas um clímax”.
A série passa às 2h de domingo 16 para segunda 17 e a exibição regular será às 22h45 à segunda-feira.