Sindicato diz que a adesão à greve dos museus e monumentos é de 70%
Segundo o sindicato estão fechados, só em Lisboa, a Torre de Belém, os museus de Arqueologia e o de Etnologia, o do Traje e os dois polos do museu dos Coches. A Direção-Geral do Património Cultural, por sua vez, diz que existem treze espaços que se encontram abertos apesar da greve.
A percentagem de adesão à greve nacional dos trabalhadores dos museus e monumentos, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, é de 70 por cento, disse esta sexta-feira à agência Lusa fonte da Federação.
Segundo o sindicalista Artur Sequeira, em Lisboa, estão fechados a Torre de Belém, os museus de Arqueologia e o de Etnologia, o do Traje e os dois polos do museu dos Coches. Artur Sequeira acrescentou que o Museu de de Arqueologia e o de Etnologia estão encerrados, "porque o director sabia que a greve ia ter uma forte adesão pelo que mandou fazer coincidir uma desinfestação com os dias da greve".
Quanto ao Museu Nacional de Arte Antiga, que deu por encerrado, a agência Lusa verificou que se encontra a funcionar parcialmente, estando fechado a zona de mobiliário. A este respeito, o sindicalista referiu que, se este museu estiver a funcionar, conta apenas com quatro funcionários, já que os restantes se encontram de greve.Os Jerónimos estão também abertos, mas, segundo Artur Sequeira, as bilheteiras contam apenas com dois trabalhadores ao invés dos cinco habituais.
Na zona centro, ainda segundo o sindicalista, estão encerrados os mosteiros da Batalha e de Alcobaça, os museus de Conímbriga e o do Coa, sem especificar no entanto o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, que hoje de manhã, contactado pela Lusa, permanecia por abrir. O atendimento do Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, confirmou a abertura, hoje, e o "funcionamento a cem por cento".
O Palácio de Mafra e o Forte de Sagres estão a funcionar a menos de 50 por cento, acrescentou o responsável da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas. No norte, o Museu Nacional Soares dos Reis está encerrado. Quanto aos outros museus, Artus Sequeira disse que "todos estão a funcionar abaixo do que era necessário, para manter o património em segurança, e os que não estão encerrados, estão a recorrer à substituição de trabalhadores, alguns dos quais por trabalhadores das empresas de segurança", acrescentou.
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas decretou uma greve nacional dos trabalhadores dos museus, para sexta e sábado, para contestar a falta de pessoal nos museus. "O Governo não tem dado resposta às necessidades dos trabalhadores, que se arrastam há anos", disse Artur Sequeira, sublinhando que o ministro da Cultura se tinha comprometido a integrar 108 trabalhadores dos museus, o que acabou por não acontecer.
Outra das questões alvo de contestação dos sindicatos diz respeito ao projecto do Governo, em apreciação no parlamento, de municipalização das competências destes espaços culturais. Outras reivindicações prendem-se com a reposição e criação de carreiras especiais, o abono para falhas, o regulamento de entrega e transporte de valores, o regulamento de fardamento, as condições de saúde e segurança no trabalho, e a formação profissional.
Na quinta-feira, a responsável pela Direcção-Geral do Património Cultural, Paula Silva, havia dito que "na medida do possível, teremos os serviços abertos, se houver pessoas suficientes para os manter abertos; se não houver, seguramente, encaramos a possibilidade de alguns estarem fechados", referindo que "o mais prejudicado vai ser o turismo espanhol", que visita Portugal na altura da Semana Santa.
Entretanto, fonte oficial da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), afirmou à Lusa que treze espaços museológicos se encontram abertos apesar da greve. Entre os espaços que se encontram abertos há três -- Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), Palácio Nacional de Mafra e Panteão Nacional -- que estão a funcionar parcialmente. No total há 11 espaços museológicos fechados, no primeiro de dois dias de greve dos trabalhadores dos museus decretada por aquela estrutura sindical, acrescentou. Entre os museus abertos contam-se o Museu do Chiado, o Museu da Música e o Museu do Azulejo, assim como Palácio da Ajuda, em Lisboa, o Museu de Machado de Castro, em Coimbra, o Museu Frei Bartolomeu do Cenáculo, em Évora, e o Forte de Sagres.