Se a Caixa falhar com Bruxelas, cortes serão agravados
Comissão Europeia vai analisar trimestralmente o cumprimento das metas. Em caso de falha, as medidas de reestruturação vão ser agravadas.
Se até 2020 falhar os objectivos que foram estabelecidos junto de Bruxelas, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai ter de diminuir mais os seus custos, aumentar o preço dos seus serviços e efectuar um maior desinvestimento nas operações internacionais, avança a edição desta segunda-feira do Jornal de Negócios. A CGD, liderada por Paulo Macedo, teria assim de dispensar mais que 2.200 trabalhadores e encerrar um número superior a 170 balcões, entre outros objectivos previstos no plano estratégico que suportou a sua capitalização.
O Negócios cita o prospecto da emissão de 500 milhões de euros de dívida perpétua, onde se encontra o aviso da possibilidade medidas de restruturação adicionais. A operação, concluída em Março, foi exigida pela Comissão Europeia para que a capitalização da Caixa não fosse qualificada como ajuda de Estado.
De forma a garantir que a CGD cumpre as metas, a Direcção Geral da Concorrência da Comissão Europeia (DGComp, na sigla original) vai, de três em três meses, fiscalizar a instituição bancária. A DGComp, cita o Negócios, exigiu uma “racionalização profunda” na CGD.
“Numa base trimestral, o emitente [CGD] disponibilizará à DGComp um relatório – que será validado por um auditor independente – sobre as componentes financeiras e operacionais do plano estratégico e uma análise do desempenho da instituição face às metas. Se algum dos objectivos não for cumprido, o emitente está comprometido a adoptar todas as medidas necessárias – incluindo, mas não apenas, ajustamentos no preçário, mais cortes de custos ou desinvestimento adicional de activos internacionais – para garantir que essas metas são atingidas”, lê-se no documento da Caixa. O mesmo documento refere que o final de 2018 é uma meta intercalar para avaliar o grau de cumprimento das metas.
Durante os próximos quatro anos, a CGD terá de cumprir objectivos como a redução de pessoal (até 2.2000 trabalhadores), aumento de proveitos, cortes de custos domésticos e internacionais (em 20%, com o encerramento de pelo menos 170 balcões), melhoria do rácio de activos não rentáveis e o crescimento da rentabilidade em Portugal e no exterior.