Oposição venezuelana mantém braço de ferro com Maduro

Contestação agrava-se após decisão que impede Henrique Capriles, principal figura da oposição, de se candidatar a cargos públicos durante 15 anos.

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Confrontos entre manifestantes e polícias no protesto de sábado em Caracas Cristian Hernandez/EPA

Depois de ter reunido milhares de pessoas numa nova manifestação no sábado em Caracas, a que as forças de segurança responderam com gás lacrimogéneo e balas de borracha, a oposição venezuelana não desarma e promete manter o braço de ferro com o Governo de Nicolás Maduro.

A tensão na Venezuela está em níveis elevados desde que, no final do mês passado, o Supremo Tribunal destituiu o Parlamento, controlado pela oposição, acusando-o de não acatar as suas ordens. Sob fortes críticas internacionais, Maduro ordenou aos juízes que recuassem, mas a oposição acusou o Presidente de só ter dado meio passo atrás e as suas suspeitas foram reforçadas na sexta-feira passada.

O órgão que fiscaliza os titulares dos órgãos públicos decidiu que Henrique Capriles, figura principal da oposição, não pode ocupar cargos públicos durante 15 anos devido a supostas irregularidades cometidas enquanto governador do estado de Miranda. A ser aplicada, a decisão iria impedi-lo de se candidatar às próximas presidenciais de 2018, o que levou a oposição a acusar Maduro de estar a tentar tirar do caminho um dos adversários mais bem posicionados para o defrontar.

“Maduro não me vai tirar da política. Só o povo da Venezuela o pode fazer”, reagiu Capriles, que no sábado encabeçou a marcha pelas ruas da capital que, ao aproximar-se da sede da petrolífera estatal, foi confrontada com o forte aparato policial. À reacção policial, grupos de jovens responderam com pedras e tentaram atear fogo a um edifício ligado ao Supremo. Os protestos estenderam-se a outras cidades e ao final do dia contavam-se mais de 50 detidos.

A oposição agendou várias novas acções, incluindo um apelo para que os seus apoiantes enchessem as igrejas neste domingo para "rezar pela democracia". Mas depois de Maduro ter decretado mais três dias de feriado para a Semana Santa, a nova prova de força ficou adiada para a “grande concentração” já agendada para 19 de Abril.

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