A Pepsi reconheceu o erro e anunciou a retirada de uma campanha publicitária dirigida sobretudo ao mercado norte-americano que desde a noite de terça-feira é ridicularizada e alvo de violentas críticas nas redes sociais.

“A Pepsi estava a tentar difundir uma mensagem global de unidade, paz e compreensão. Claramente falhámos o objectivo, e pedimos desculpa. Não quisemos trivializar nenhum assunto sério. Vamos remover o conteúdo e cancelar outros actos de divulgação. Pedimos também desculpa a Kendall Jenner pela posição em que a colocámos”, lê-se num comunicado da marca de refrigerantes.

Em causa estava um anúncio em que a modelo e actriz Kendall Jenner, membro do clã Kardashian, oferece uma lata de Pepsi a um polícia durante um protesto, dissuadindo uma situação de tensão entre manifestantes e a agentes da autoridade. O vídeo já não se encontra disponível nas contas da Pepsi nas redes sociais, mas é possível visualizar excertos em peças como esta da publicação financeira Business Insider, que também relata a polémica em torno da campanha: 

O vídeo foi alvo de críticas praticamente unânimes, com a empresa a ser acusada de trivializar o actual momento político e social dos Estados Unidos, sobretudo na sequência de protestos nacionais em resposta à violência policial contra cidadãos negros. 

Entre as muitas críticas publicadas nas redes sociais, com mais ou menos humor, destaca-se a reacção de Bernice King, filha de Martin Luther King Jr., líder histórico do movimento pelos direitos cívicos dos afro-americanos. "Se o meu pai tivesse sabido do poder da Pepsi", escreveu, com algum sarcasmo, no Twitter. A frase acompanha uma fotografia de MLK a ser detido por agentes da polícia.