São Jorge, até agora a melhor estreia do ano de um filme português
Filme de Marco Martins premiado no Festival de Veneza consegue mais de 10 mil espectadores no fim-de-semana de estreia.
São Jorge, o filme de Marco Martins que deu a Nuno Lopes o prémio de interpretação na secção Horizontes do Festival de Veneza, é já a melhor estreia do ano de cinema português. Mais de 10 mil espectadores no primeiro fim-de-semana em 24 salas representam também um dos melhores resultados dos últimos dois anos, com o filme a entrar para o top 5 de 2016/17 de filmes portugueses em sala.
De acordo com dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), que compila os dados de bilheteira e receitas do cinema em Portugal, São Jorge teve, entre o dia da sua estreia – quinta-feira, dia 9 – e domingo 10.108 espectadores e 55,5 mil euros de receitas brutas de bilheteira, acumulados num conjunto de 24 ecrãs ao longo de 402 sessões. Segundo a sua distribuidora, a Nos, "várias foram as sessões esgotadas" do filme produzido pela Filmes do Tejo.
Não sendo números comparáveis a filmes muito populares dos últimos anos em Portugal, como o remake de A Canção de Lisboa ou O Pátio das Cantigas, são porém paralelos ao de títulos portugueses como, por exemplo, Os Maias, de João Botelho, que conseguiu cerca de 14 mil espectadores em 2014 no seu fim-de-semana de estreia, segundo dados do ICA. Os Maias tornar-se-ia o filme português mais visto de 2014.
No passado fim-de-semana, São Jorge foi o quarto filme mais popular nas salas nacionais, suplantado por Kong: A ilha da caveira, Logan e As cinquenta sombras mais negras, tendo sido porém mais visto do que Moonlight, por exemplo, o vencedor do Óscar de Melhor Filme (e que está em exibição há seis semanas).
Este ano, e até 8 de Março, estrearam-se em Portugal sete longas portuguesas: Zeus, de Paulo Filipe Monteiro, com 6796 espectadores e 37,3 mil euros de bilheteira, O divã de Estaline, de Fanny Ardant (uma produção da portuguesa Leopardo Filmes), com 4621 espectadores, A morte de Luís XIV, de Albert Serra, uma co-produção Rosa Filmes/Capricci Films, com 3623 espectadores, o documentário Ama-San, de Cláudia Varejão (1523 espectadores), Delírio em Las Vedras, de Edgar Pêra (957 espectadores), Eldorado XXI, documentário de Salomé Lamas com 358 espectadores, e Cruzeiro Seixas – As cartas do Rei Artur, de Cláudia Rita de Sousa Oliveira (230 espectadores). Todas são estreias de Janeiro e Fevereiro.
Em 2016, o ranking de filmes mais vistos made in Portugal é encimado por A Canção de Lisboa, de Pedro Varela (187 mil espectadores), seguido por O amor é lindo… porque sim!, de Vicente Alves do Ó (31.476 espectadores), Cartas da guerra, de Ivo M. Ferreira (21.880 espectadores), Refrigerantes e canções de amor, de Luís Galvão Teles (11.811 espectadores), e A mãe é que sabe, de Nuno Rocha (9778 espectadores).