Fillon joga o seu destino num comício hoje em Paris

Os Republicanos reúnem segunda-feira para avaliar a “situação” da candidatura. Entretanto, o candidato apresentou um programa.

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Fillon joga tudo para manter viva a sua candidatura EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Depois de uma semana semana em que tudo lhe correu mal, o candidato da direita francesa às eleições presidenciais, François Fillon, luta por manter vivas as aspirações a manter-se na corrida. Todas as atenções — dos seus rivais e potenciais substitutos — estão concentradas no comício que convocou para a tarde deste domingo em Paris, na Praça do Trocadéro. Esta é vista como a derradeira oportunidade para o candidato da direita medir o seu apoio popular e decidir se continua em jogo.

Ontem, o ex-primeiro-ministro tentou mostrar alguma normalidade na sua campanha, apresentando junto dos apoiantes o seu programa, que diz ser a grande alternativa à extrema-direita.

O discurso de Fillon em Aubervilliers, a norte de Paris, tinha como objectivo delinear as traves-mestras do programa eleitoral com que se pretende apresentar aos franceses a 23 de Abril. Mas depois de uma semana em a mera existência da candidatura foi posta em causa, era inevitável que Fillon não se apresentasse como um homem pressionado.

“Estou a ser atacado, mas, através de mim, aquilo que estão a tentar atacar é a recuperação nacional e a vontade de mudança que todos vocês têm. Não abdiquem, não desistam!”, afirmou o candidato do partido Os Republicanos, perante três mil apoiantes.

Mas a pressão parece não abandonar Fillon. Enquanto discursava, o partido anunciava a antecipação da reunião da comissão política para segunda-feira, onde promete “avaliar a situação” da candidatura presidencial. A menos de dois meses da primeira volta, é muito possível que seja nesta reunião que fique selado o futuro de Fillon, cada vez mais pressionado para abandonar a campanha.

As aspirações do ex-primeiro-ministro sofreram um duro golpe esta semana quando foi revelado que está prestes a ser constituído arguido no caso do emprego fictício que deu à sua mulher, Penelope, como sua assistente parlamentar. Fillon veio a público garantir que mantém a candidatura, mas os últimos dias foram marcados pela saída de vários elementos importantes que o apoiavam, incluindo o próprio director de campanha, Patrick Stefanini.

Na mente de François Fillon deverá estar também uma sondagem publicada na sexta-feira que atribui a Alain Juppé, candidato por si derrotado nas primárias do partido, a vitória nas eleições presidenciais caso fosse candidato. O autarca de Bordéus não fechou a porta a uma eventual entrada tardia na campanha, que apenas se irá concretizar na presença de uma “vaga de fundo” que o apoie — há indícios de que está já a formar-se.

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