Cristas queixa-se de “restrição intolerável dos direitos de oposição”
Líder do CDS foi recebida pelo Presidente da República, depois de Ferro Rodrigues ter almoçado em Belém.
Com poucas horas de intervalo, a sala das bicas no Palácio de Belém foi palco de duas versões contraditórias sobre o funcionamento do Parlamento. Poucas horas depois de o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, ter garantido a “regularidade” no funcionamento das instituições democráticas, a líder do CDS veio dar conta a Marcelo Rebelo de Sousa da sua “preocupação” sobre a restrição de direitos da oposição que está a acontecer no Parlamento.
No final de uma audiência de mais de uma hora com o Presidente da República, Assunção Cristas assinalou haver uma “opressão” aos direitos da oposição no Parlamento, referindo-se aos chumbos das bancadas de esquerda aos requerimentos apresentados na comissão de inquérito na Caixa Geral de Depósitos. “Temos assistido a uma restrição intolerável dos direitos de oposição”, afirmou, recusando divulgar se Marcelo Rebelo de Sousa também mostrou preocupação sobre o assunto. “O Presidente da República ouviu atentamente e certamente fará uso da informação”, disse.
A líder do CDS-PP assegurou que o partido “tudo fará para exercer os seus direitos parlamentares”, sublinhando que o “dever do escrutínio da verdade é um direito e um dever para com os concidadãos”. Questionada sobre a decisão de Ferro Rodrigues de dar luz verde à nova comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, Assunção Cristas concordou: “Assim sendo acho muito bem [a constituição da comissão]”.
A líder do CDS foi também questionada sobre se sentiu desconfortável por ter havido um almoço entre Marcelo Rebelo de Sousa e Eduardo Ferro Rodrigues horas antes da sua audiência marcada para dar conta do que se passa no Parlamento. “De forma alguma. A audiência do CDS estava agendada há algum tempo. Não me compete pronunciar sobre com quem o Presidente fala”, afirmou.