Mais mulheres no cinema americano, mas diversidade ainda está longe

Mesmo num ano em que Hollywood celebra nomeações de mais afro-americanos, dois estudos mostram que se houve progresso para as actrizes, os não-brancos continuam subrepresentados.

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Em 2016, os Óscares foram dominados por uma discussão que durava desde os anos 1990 mas que só em 2015, e depois em força em 2016, se tornou simbólica – OscarsSoWhite, ou como Hollywood, afinal, não era assim tão progressista. Agora, surgem os números que confirmam a tendência nesses filmes de 2015, e que mostram que as minorias étnicas só representaram 13,6% dos protagonistas dos filmes de 2015, segundo um estudo, mas também os sinais mais positivos para um sector em que quase um terço dos filmes foi protagonizado por mulheres, segundo outro relatório.

Os filmes de 2016, do blockbuster Rogue One até Primeiro contacto ou as matemáticas de Elementos secretos, tiveram mais 7% de protagonistas mulheres do que os do ano anterior – contabilizando-se os cem filmes mais rentáveis dos EUA, como anualmente faz o Center for the Study of Women in Television and Film da San Diego State University. E tiveram mais 3% de papéis enquanto personagens de relevo, assinala o estudo divulgado esta semana. São números que representam um máximo histórico recente mas também uma viragem e sobretudo uma tendência de aumento que já não era vista nos últimos anos, e que surge depois de outros tantos anos de sensibilização para o estado da indústria no que toca à diversidade.

Se o estudo anual It’s a Man’s (Celluloid)World: Portrayals of Female Characters in the Top 100 Films of 2016 aponta então para uma diversificação, também, do tipo de filmes que mais empregam mulheres e lhes dão protagonismo, há ainda poucas mulheres a trabalhar atrás das câmaras (menos 2% de realizadoras do que em 2015). E este ano, com um cenário diferente e mais diversidade nos prémios da Academia, soube-se contudo que as minorias étnicas só representaram 13,6% dos protagonistas dos filmes de 2015, como revelou o estudo do Ralph J. Bunche Center for African American Studies da UCLA.

Também revelado esta semana, o documento que se debruça sobre os 200 filmes com mais sucesso nas bilheteiras e também em mais de 1200 programas de TV de todas as plataformas da temporada de 2014/15 assinala que “os números ainda são desencorajadores” no que toca à diversidade, segundo o coordenador do estudo, Darnell Hunt. Só 10,1% dos realizadores de filmes são não-brancos, indica o estudo, e as mulheres estão sub-representadas em todas as categorias profissionais em análise.

E acrescenta, nas suas conclusões, que os filmes com um elenco com mais diversidade têm melhor performance nas bilheteiras e dão retorno do investimento, reforçando que as minorias foram responsáveis pela maior parte da compra de bilhetes de cinco dos dez filmes mais vistos nos EUA no mesmo período. 

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