Start-up de Coimbra cria sistema fechado de cultivo de plantas

A CoolFarm desenvolveu "uma unidade fechada, em que um elevador recolhe os tabuleiros de crescimento das plantas e que funciona sem a entrada do operador no interior do sistema"

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CoolFarm

A empresa CoolFarm, sediada em Coimbra, vai apresentar na Alemanha uma solução fechada e automática de cultivo de plantas para agricultura vertical, através da qual toda a operação é feita sem qualquer pessoa entrar dentro do sistema. A CoolFarm, que também desenvolve um sistema de controlo aplicado a estufas, apresenta agora o CoolFarm in/store, um sistema automático fechado, que permite o cultivo de vegetais num contexto de agricultura vertical, disse à agência Lusa o cofundador da start-up Eduardo Esteves.

A inovação consiste em criar "uma unidade fechada, em que um elevador recolhe os tabuleiros de crescimento das plantas e que funciona sem a entrada do operador no interior do sistema", explicou o responsável, sublinhando que esta solução evita as contaminações ("o operador é sempre a maior fonte de contaminação") e o uso de pesticidas e herbicidas.

A start-up portuguesa vai apresentar uma prova de conceito na feira de comércio a retalho Euroshop 2017, na cidade alemã de Dusseldorf, de 5 a 9 de Março. "O sistema vem resolver alguns problemas da agricultura vertical", em que o acesso aos andares superiores das estufas é sempre mais difícil, notou Eduardo Esteves, sublinhando que só é possível ter um "sistema completamente fechado" face ao desenvolvimento de um sistema de controlo por parte da CoolFarm, em que câmaras vão controlando o crescimento das plantas.

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Os co-fundadores da start-up

De acordo com o co-fundador da CoolFarm, a energia gasta pelo motor do elevador "é quase negligenciável", visto que o próprio sistema já gasta "alguma energia" devido à iluminação e climatização em ciclos de produção que são anuais. No entanto, o sistema permite, por outro lado, "um melhor aproveitamento de recursos", registando-se "um aproveitamento de 90% da água" utilizada, ao contrário do que acontece na agricultura convencional.

Eduardo Esteves salientou que este sistema pode também ser colocado "em espaço de loja", permitindo a compra "do produto vivo, acabado de colher". Porém, "o público poderá ainda não estar preparado para isso", referiu. A CoolFarm quer começar a fazer vendas deste sistema fechado no final de 2017 ou no início de 2018, havendo já "demonstrações de interesse". Para o jovem, a agricultura vertical vai ganhar cada vez mais preponderância, por permitir que sejam produzidos vegetais num ambiente urbano.

"Neste momento, as cidades não são auto-suficientes, mas podem começar a ser produtoras também", realçou. A CoolFarm nasceu em Coimbra há três anos, com a criação de um sistema de controlo para estufas que tem recolhido interesse por parte de empresas espalhadas um pouco por todo o mundo.