CoolFarm, agricultura “high-tech” para quem não sabe cuidar de plantas
Start-up portuguesa esta a desenvolver um robô que faz crescer plantas sem a intervenção do utilizador. O CoolFarm tem ligação à Internet e não utiliza terra, só água. Campanha de crowdfunding a decorrer no IndieGoGo até 4 de Julho
É um robô, mas sem rodas, e cresce plantas, mas sem terra. “O CoolFarm é um sistema inteligente que permite fazer crescer plantas sem intervenção do utilizador”, define Gonçalo Gabrita, um dos criadores do produto, e da empresa CoolApps(e), que pode ser controlado através de uma aplicação para smartphone ou tablet. Não precisa de terra porque se faz valer de uma técnica milenar que apenas usa água para cultura, a hidroponia.
“Hoje em dia estima-se que, só em Lisboa, uma em cada seis famílias tenha uma horta urbana”, continua o jovem de 29 anos. “O problema é que com o tempo, em Portugal — e pelo mundo fora —, as pessoas perderam a ligação à terra. Gostam do contacto com a Natureza mas não têm a mínima ideia de como as coisas de fazem.” Daí nasceu a ideia de uma “agricultura high-tech” e de um robô como o CoolFarm, que toma conta das plantas por nós e nos avisa quando estão prontas a ser colhidas.
A escolha da hidroponia prende-se com o facto de ser uma técnica que permite gastar, em média, cinco vezes menos água do que quando se cultiva com terra. Quem o diz é João Igor, também com 29 anos, que salienta ainda outra vantagem da hidroponia: “dá para controlar exactamente quais os nutrientes que vão na água, o que em termos de saúde é bestial porque uma pessoa sabe o que está a comer”.
Em casa, com o CoolFarm, vai ser possível cultivar alfaces, tomates, cebolas, morangos e ervas aromáticas, entre outras coisas. “O CoolFarm toma conta da planta, mede parâmetros relacionados com a água e com o ar e controla esses mesmos parâmetros na água: dá nutrientes à planta, avisa o utilizador quando está na hora de trocar a água e faz a rega automaticamente”, resume Gonçalo.
Como tem ligação à Internet, o utilizador tem acesso a tudo o que está a acontecer através “de uma ‘app’ que permite andar com a planta no bolso” — fins-de-semana e férias não serão, portanto, um problema.
Há quase um ano que João e Gonçalo, juntamente com Liliana Marques e Eduardo Esteves, estão a trabalhar neste projecto, que ainda está em fase de protótipo. Por estarem a participar no Lisbon Challenge estão incubados na Beta-i para criação do plano de negócios e contactos com possíveis parceiros. Para conseguirem, de facto, transformar esta ideia numa marca e num negócio, lançaram uma campanha de crowdfunding na plataforma IndieGoGo: têm até 4 de Julho para angariar os três mil euros pedidos.