Macron aceita aliança proposta pelo centrista Bayrou
François Bayrou diz fazer o "sacrifício" de não se candidatar para tentar impedir uma vitória de Le Pen.
Três vezes candidato às eleições presidenciais francesas, François Bayrou, líder do Movimento Democrático, pequeno mas influente partido centrista, propos à candidatura do independente Emmanuel Macron uma aliança eleitoral. Este aceitou, diz a AFP.
A decisão de não se candidatar e a disponibilidade para dar o seu apoio a Macron foi explicada por Bayrou em poucas palavras, numa conferência de imprensa na sede do MoDem, em Paris: “O risco é demasiado grande e devemos mudar as coisas”, disse, numa referência ao crescimento nas sondagens da líder da extrema-direita, Marine Le Pen. Afirmando que a democracia francesa está “sob ameaça”, Bayrou disse estar a fazer “um sacrifício”.
“O que se joga nesta aliança é a possibilidade de restaurar a esperança”, acrescentou. A actual situação, defendeu, deve-se à crise no Partido Socialista, desgastado com a presidência de François Hollande, e aos escândalos de corrupção que envolvem o candidato da direita, François Fillon. É isto que, a seu ver, abre a possibilidade de uma vitória da chefe da Frente Nacional.
Bayrou escolheu entender-se com Macron, o ex-banqueiro que foi conselheiro de Hollande e ministro do Governo socialista, a quem as sondagens colocam na melhor posição para derrotar Le Pen na segunda volta das presidenciais, marcada para 7 de Maio.
A aliança proposta por François Bayrou tem valores e ideais "que se inscrevem plenamente no objectivo de renovação que, desde o início, é o nosso. Por isso, aceito-a", declarou Macron. Os dois devem encontar-se ainda esta quartra-feira.